quinta-feira, 31 de março de 2016

Câncer Canino: Tratamento, uma batalha em equipe


JUNTAS, para mais uma batalha
 
Muitos de vocês, que nos acompanham aqui no Blog ou pelas redes sociais, sabem que no inicio deste ano a Cléo foi diagnosticada com Câncer. A partir daí, passamos a compartilhar o passo a passo que estamos seguindo desde a cirurgia de retirada do tumor primário (encontrado no intestino). Falamos sobre o que é o Câncer, como ele atinge nossos mascotes, como prevenir, como diagnosticar, quais os sentimentos que tomam conta de nós quando recebemos a notícia, etc. Podem ler ou reler tudo isso nos posts “Câncer Canino: Juntos podemos vencer esse bicho papão” e “Câncer Canino: Diagnóstico”.

E vamos seguir com a nossa série de matérias relacionadas ao assunto. Pois a nossa intenção é, além de dividir com vocês as nossas angústias, nossos medos, nossas vitórias e nossas descobertas, compartilhar informações relevantes e que contribuam para que possamos salvar cada vez mais vidas. Mais que isso, queremos aprender como lidar com essa doença e como proporcionar a melhor qualidade de vida a um cão oncológico. E, claro, mostrar esse aprendizado para vocês.

Pois bem, acompanhando a linha cronológica dos posts, já que retiramos o tumor primário da Cléo, descobrimos qual o tipo específico de câncer que ela tem, sabemos a forma de atuação deste tipo de células e quais os riscos da doença, agora chegou a hora de decidir qual caminho seguiremos.

O câncer – seja em humanos ou em animais - é uma doença muito difícil de controlar. Mas, se o diagnóstico é feito em fase inicial e o tratamento for realizado da maneira correta, as chances de uma vida com qualidade ou até mesmo a cura são significativas.

O tratamento é escolhido de acordo com o tamanho da lesão e sua extensão. Normalmente, em oncologia veterinária, o tratamento da doença baseia-se na cirurgia, quimioterapia e radioterapia, que podem ser usadas unicamente ou em combinação entre si e/ou com outros tratamentos e terapias.

A cirurgia é particularmente importante no tratamento dos tumores sólidos (aqueles que formam nódulos e massas) e, é recomendável que o cirurgião seja um profissional habilitado (cirurgia oncologista)  para realização das técnicas de exérese (extirpação) e reparação (plástica) do paciente.

A quimioterapia é a terapia de eleição para os tumores hematopoiéticos (linfomas, leucemias, mielomas) e também para os tumores venéreos transmissíveis em cães (TVT). E costuma ser o “carro-chefe” no tratamento complementar à cirurgia para os tumores com potencial de disseminação metastática (se espalham por outras partes do corpo).

Alguns pacientes com cânceres avançados (sem possibilidade de cura ou com doença metastática) também podem ser beneficiados com quimioterapia (exemplos: carcinoma mamário inflamatório, linfoma recorrente). A radioterapia, embora não muito utilizada no Brasil, pode ser particularmente útil em casos de remoção incompleta do tumor ou como terapia paliativa em casos em que a cirurgia não é possível.

Algumas opções de protocolo de tratamento do câncer incluem ainda: terapia imune (promove a estimulação do sistema imunológico, por meio do uso de substâncias modificadoras da resposta biológica), terapias paliativas (indicadas para os casos sem possibilidade de cura, apenas para contenção do crescimento do tumor, visando melhor qualidade de vida através da prevenção e alivio do sofrimento imposto pela doença) e manejo da dor (prevê a dor e administra medicações e/ou terapias, garantindo assim o máximo conforto para o animal).

No caso específico da Cléo, para o GIST (Sarcoma Estromal Intestinal), a cirurgia costuma ser o tratamento de escolha, especialmente para tumores únicos que ainda não apresentam metástases. E foi o que fizemos.  Imediatamente após a descoberta do tumor, a Cléo foi operada pelo Dr. Gabriel Seabra, do Centro de Saúde Animal ZOOVET. Após a cirurgia, a terapia com agentes de alvo molecular (quimioterapia) é a opção mais utilizada para os GISTs metastáticos, enquanto a radioterapia é muito pouco empregada neste tipo de câncer.

 
Quimioterapia

QUIMIOTERAPIA

A quimioterapia é o tratamento medicamentoso destinado a eliminar ou retardar o crescimento do câncer.

Normalmente é o procedimento sugerido para tratar os casos malignos e com tendência a metástases.  Também é usada para tratar formas em que o câncer não pode ser tratado com cirurgia ou radioterapia, ou, em combinação, quando houver a possibilidade de aumentar a eficácia destes tratamentos.

O objetivo da quimioterapia é de tentar controlar ou até mesmo acabar com o câncer, prolongando a sobrevida e ajudando a melhorar a qualidade de vida do paciente oncológico.

 Os quimioterápicos animais são medicamentos derivados de substâncias naturais, como plantas, ou até mesmo de bactérias, sendo muitas vezes as mesmas drogas utilizadas em humanos. Eles agem nas diferentes fases do ciclo celular, danificando as células cancerígenas que se multiplicam rapidamente. A maioria dos quimioterápicos afeta o DNA celular diminuindo a habilidade destas células de se multiplicarem e leva à morte celular. 

Algumas vezes o tratamento pode não resultar na cura da doença, mas pode conseguir controlar e retardar a progressão.

O tratamento quimioterápico é escolhido individualmente de acordo com cada caso, levando em consideração o tipo de tumor e sua biologia molecular (genética e comportamento celular) e o paciente que vai ser tratado. O protocolo pode variar de algumas semanas a meses e a frequência pode ser diária, semanal ou mensal.
 
Oral e Injetável
 
Existem várias formas de apresentação dos quimioterápicos utilizados na oncologia veterinária. Algumas drogas devem ser administradas por via intravenosa (na veia, sempre administrados por um profissional veterinário), outras podem ser administradas em baixo da pele ou no músculo, ou ainda por via oral (neste caso, pelo tutor do animal). Em alguns casos, o medicamento pode ser injetado diretamente dentro do tumor.

Para alguns tipos de câncer, é o tratamento mais eficaz oferecendo a melhor oportunidade para atingir remissão (quando o câncer é indetectável) enquanto preserva uma boa qualidade de vida. Um bom exemplo deste tipo de câncer é o linfoma, em que dependendo do tipo celular (B ou T) pode conseguir remissão em 90% dos casos.

A quimioterapia também é recomendada após remoção cirúrgica de um câncer maligno, para prevenir a recorrência local e impedir que este se espalhe (metástases) ou mesmo usada antes da remoção cirúrgica para diminuir o tamanho do tumor e facilitar sua ressecção.

Pode ser utilizada, ainda, em pacientes em que não é possível a remoção cirúrgica ou em casos que já sofreram metástases. Nestes casos o objetivo do tratamento não é a cura, mas melhorar a qualidade de vida do paciente (voltam a comer, caminhar e brincar).

O tratamento quimioterápico do câncer em animais compara-se com a medicina humana. Os riscos associados à quimioterapia variam de acordo com o protocolo utilizado. Os quimioterápicos não são específicos às células cancerígenas e podem afetar outras células normais do corpo que também estão em rápida multiplicação.

O que se diz em relação aos efeitos colaterais, é que cães e gatos geralmente toleram a quimioterapia muito melhor do que os pacientes humanos. Perda de pêlo é rara em pequenos animais, sendo mais comum no poodle, yorkshire, schnauzer e shitzu e os gatos podem perder os bigodes. O pêlo volta a crescer após o tratamento. Os efeitos mais comuns são vômito, diarréia, náusea, perda de apetite e toxidez à medula óssea (afetando a produção de glóbulos brancos e deixando o animal mais susceptível à infecção).

É esperado pelo menos um destes sintomas durante o tratamento. Mas é importante salientar que cada animal reage de uma maneira individual ao tratamento quimioterápico, sendo possível ter uma reação inesperada a um agente ou nenhuma reação a todo o tratamento.

Retornos periódicos para reavaliação (feitos a cada dois meses inicialmente, e a cada 6 meses posteriormente) são muito importantes para detectar o reaparecimento do câncer, antes que esteja em estágio avançado.  Mas podem ser feitos em intervalos menores de tempo, caso o tipo de câncer seja agressivo e de rápido crescimento. 

As opções de tratamento e as chances de sucesso são maiores quando a doença está em estágio inicial.

 

 
Então, para a Cléo, após a retirada do tumor, a indicação de tratamento complementar foi a quimioterapia. Com a natureza metastática agressiva do GIST a idéia seria atacar as células cancerígenas, numa tentativa de inibir ou retardar o seu desenvolvimento.
 
A Dra. Renata Sobral, da Clinica OncoCane, oncologista que acompanha a Cléo, sugeriu como primeira opção um quimioterápico oral. E, como segunda opção, a quimioterapia comum, intravenosa, a ser feita na própria clinica.
 
Eu precisei de um tempo de reflexão para poder reunir e analisar todas as sugestões, indicações, informações e experiências que recebi. E, principalmente, ouvir o meu coração.  
 
Não era uma decisão fácil. A primeira opção, do quimioterápico oral, poderia ter efeitos colaterais mais leves, mas acarretaria num custo mensal bastante significativo, que talvez eu não conseguisse manter, além da incerteza de se conseguir a medicação com a frequência necessária, pois trata-se de um medicamento importado que dificilmente se encontra no mercado brasileiro. As condições financeiras não me permitiram optar por este tratamento. E quanto às sessões de quimioterapia tradicional, ainda que não tenha efeitos colaterais tão agressivos em animais como são nos humanos, existe o risco.

 
Eu tinha que levar em consideração a idade dela e outros problemas que afetam a sua saúde, além do câncer - como a displasia coxofemural, por exemplo. E, mais que isso, eu tinha que pensar, principalmente, na vida que ela merece viver. A Cléo sempre foi uma cachorrinha ativa, alegre, aventureira. Sempre amou brincar, correr, nadar, estar em meio a natureza... E um dos principais efeitos colaterais da quimioterapia, que mais me chamou a atenção, foi a possibilidade da queda de imunidade. Como falei no texto acima, a quimioterapia pode afetar a produção de glóbulos brancos, deixando o animal mais susceptível a infecções oportunistas.
 
Com o sistema de defesa frágil, ela ficaria exposta a adquirir doenças transmitidas por agentes infeciosos, como bactérias, fungos, parasitas e vírus. Verminoses, pulgas e carrapatos, por exemplo, são agentes infecciosos que deixam o organismo dos animais em desequilíbrio. Assim como também a baixa umidade de ar, ambientes com muita corrente de ar, contato com produtos químicos que causam alergias e até mesmo o estresse, poderiam afetar a minha filhota.

 
Ela teria que viver cercada de cuidados, ainda maiores do que os que já temos. Seus passeios seriam consideravelmente reduzidos; não poderia ficar muito tempo exposta ao sol ou ao vento; nadar poderia implicar num resfriado ou mesmo pneumonia; uma picada de pulga ou carrapato poderia ter resultados graves; as brincadeiras com outros cães e até mesmo com sua irmãzinha, a Alegria, seriam arriscadas porque qualquer arranhão ou mordidinha um pouco mais forte poderia infeccionar.

 
Definitivamente eu não a via feliz neste cenário. E eu também me via meio em pânico com essa possível rotina de proteção e zelo grau máximo.

 
Mas, e aí?! Se nós não seguiríamos os tratamentos recomendados pela oncologista, o que faríamos? Deixaríamos a doença a vontade? Sim, porque ela estava ali… independente do qual seria o nosso próximo passo.

 
Uma decisão muito difícil. Uma escolha cruel. Uma mãe (sim, porque, no final das contas, é o que eu sou dela, de certa forma) nunca deveria passar por isso... Ter que escolher entre batalhar para salvar a sua filhota ou  não mexer em algo que pode ficar pior... Confiar que tudo vai ficar bem...

 
Pois bem, depois de muito refletir, decidi que não seguiremos nenhuma das opções de tratamentos quimioterápicos mencionadas. Devo confessar que essa foi uma das decisões mais difíceis da minha vida. Mas o meu coração me disse para não submetê-la a nada que, por um instante ou por 1% de chance que seja, possa tirar o brilho do seu olhar. É isso!!!
 
Que fique claro que eu não sou contra o tratamento quimioterápico e muito menos julgo ou (menos ainda) condeno quem escolhe esta opção. Há vários casos de pacientes oncológicos – humanos ou caninos – que já foram beneficiados pela quimioterapia. Mas tem que ser uma decisão muito bem ponderada e tomada com muito bom-senso, pensando, principalmente, no que será melhor para o paciente. Talvez, se a Cléo fosse mais nova e não tivesse outras complicações de saúde que tiveram que ser levadas em consideração, eu optasse por tentar a quimio. Quando ela foi diagnosticada com displasia, eu tentei de tudo um pouco – transplante de células-tronco, implante de ouro, acupuntura, ozônioterapia, etc. Eu digo que só não plantei bananeira na Av. Paulista porque ninguém me disse que isso poderia ajudá-la. Mas ela tinha 6 aninhos, era outro cenário, outra situação. Agora, ela já tem seus 9 anos de idade, seus problemas articulares não se limitam somente ao quadril, as complicações poderiam ser pesadas caso ela viesse a sofrer com os efeitos colaterais da quimio, enfim... Nesse momento, para ELA, a melhor opção é abrir mão do recurso.
 
Eu farei sim, tudo o que estiver ao meu alcance para garantir que ela viva, o tempo que tiver que viver, com qualidade, bem-estar, alegria e o seu brilho no olhar.

 
O seu tratamento será voltado a evitar qualquer sofrimento e oferecer-lhe uma ótima qualidade de vida, mesmo convivendo com a doença. E isso será proporcionado com uma super dieta baseada numa alimentação especialmente balanceada e com o foco na estimulação do seu sistema imunológico; com terapias alternativas e paliativas que proporcionarão conforto e alivio de qualquer dor ou incômodo que possa surgir; e com um protocolo controle frequente através de exames que nos permitam detectar, o quanto antes, o surgimento de novos tumores, se eles surgirem; um suporte espiritual poderoso, com muita fé e vibração de boas energias... e muito, MUITO AMOR, meu e da sua irmãzinha.
 
Nós estaremos orientadas, supervisionadas e acompanhadas por uma SUPER equipe de profissionais de diversas especialidades que estão se unindo ao nosso redor: Dra. Renata Sobral (Médica Veterinária Oncologista da Clinica OncoCane), Dra. Ana Carolina Rubio (Médica veterinária e nutróloga da Pet´s Mash Alimentação Natural), Dra. Natália De Mathis (Médica Veterinária e Acupunturista da Ma Vie Reabilitação Animal), Dr. Gabriel Seabra (Médico Veterinário Clínico do Centro de Saúde Animal Zoovet) e Themis Regina Kogitzki (Instrutora e especialista em Massoterapia Canina da Anima Therapy). E, claro, uma torcida imensa de amigos, fãs e familiares que vivem nos enviando manifestações de carinho e mostrando que essa luta é de todos nós.
 
Nos próximos posts, nós vamos falar de cada um dos tratamentos e terapias que atenderão a Cléo e mostrar seus efeitos, nosso dia-a-dia, o que funcionou, o que não funcionou...enfim, vamos compartilhar a nossa experiência com vocês. E, quem sabe assim, não podemos ajudar ouros animais que estejam passando pela mesma situação?
 
Só não podemos esquecer que cada plano de tratamento deve ser analisado e definido em conjunto entre o tutor e o veterinário de forma a oferecer o melhor para as necessidades de cada animal. O que não funcionaria para a Cléo, pode funcionar para o seu mascote. E o que funciona para o seu mascote pode não ser o melhor para a minha Cléo. Seu veterinário deverá trabalhar acompanhando a segurança e a eficácia do plano escolhido.

 
Cada escolha é individual. E é isso o que a minha filhota escolheria, se tivesse consciência do que se passa. É isso que ela merece. A certeza de que tudo fiz, faço e farei, pensando sempre no melhor para ELA. E vamos passar por mais essa experiência JUNTAS!
 

Larissa Rios

quinta-feira, 17 de março de 2016

Câncer Canino: Diagnostico


 
Como vocês já leram aqui em um post anterior, a Cléo, minha filhota e mascote da Turismo 4 Patas, foi diagnosticada com um tumor no intestino. Sim, um buraco se abriu aos meus pés quando recebi essa noticia. Um filminho, daqueles em que conseguimos assistir toda uma vida no mesmo segundo em que dura uma piscada, passou pela minha cabeça, relembrando todos os momentos que passamos juntas. E um medo gigantesco arrepiou a minha espinha.

Mas não durou muito ... Foi o tempo suficiente para eu puxar a cordinha do paraquedas enquanto caía naquele buraco que se abriu aos meus pés...  Enxuguei as lágrimas, recolhi os sentimentos de derrota, fraqueza e pessimismo que tentavam me dominar e tranquei dentro do baú do esquecimento.
Ainda que o câncer seja ameaçador (e é, muito!), não significa uma sentença! E cá estava eu, assimilando a minha primeira lição: o diagnóstico do câncer não determina o final da linha. Ele apenas dá a largada para uma sequência de batalhas. E como eu nunca fui de fugir de nenhuma guerra, parti para o ataque.
 
Nós poderíamos ter algo muito importante ao nosso favor: especialistas afirmam que, quanto mais rápido a doença for diagnosticada, maiores são as chances de cura, pois tudo depende do tipo de tumor e do quanto a doença está avançada. A Cléo havia feito uma Ultrassonografia  a cerca de 6 meses (quando apareceu o sangramento nas fezes) e o tumor não havia aparecido nas imagens. Portanto, era bem provável que ele não estivesse ali há muito tempo... a gente pode ter pego tudo bem no iniciozinho.
 
Mas, para sabermos qual era a real situação lá dentro e também obtermos outras respostas, precisávamos realizar uma cirurgia de extração do tumor.
 
Mal tive tempo para decidir, até porque não havia o que se pensar. Era preciso retirar aquele tumor do intestino da Cléo com urgência e começarmos a agir.
 
A cirurgia ocorreu no Centro de Saúde Animal Zoovet, onde a Cléo foi operada pelo Dr Gabriel Seabra, e durou 4 (intermináveis) horas. Eu quase surtei, ali sentada na recepção da clinica!! Na verdade, o que mais tomou tempo foi a sedação, já que a minha pequena guerreira deu algum trabalho para se entregar à anestesia. E também o fato de que a equipe médica teve todo o cuidado para que o tumor fosse retirado com boa margem de segurança e o intestino fosse o mais preservado possível. Deu tudo certo!!

Diante de todo o risco de uma cirurgia aos 9 anos de idade e de ser um procedimento bastante delicado e invasivo, minha filhota resistiu bravamente e 2 dias depois já estava em casa, serelepe e alegre. Uma recuperação extraordinária!

E agora, com o material em mãos, o passo seguinte seria o envio para as análises que nos dão o diagnóstico e a identificação do câncer.
 

COMO O CÂNCER É DIAGNOSTICADO

Exames de imagem e clínicos podem encontrar os tumores. Mas só a partir das análises laboratoriais das amostras coletadas destes tumores, é que podemos obter o diagnóstico específico.

Um diagnóstico de câncer é realizado através das analises das amostras de células ou de tecidos ao microscópio. Em alguns casos, testes laboratoriais como DNA e RNA, ajudarão a dizer se o câncer está (ou não) presente. Estes testes também podem ajudar na escolha das melhores opções de tratamento. Análises das células e tecidos podem evidenciar muitos outros tipos de doenças e não só o câncer. Por exemplo, se os médicos não tem certeza de que um nódulo é cancerígeno (nem todos os nódulos são câncer), eles podem processar a amostra para determinar se é câncer ou eventualmente outra enfermidade como uma infecção  ou outras alterações que podem causar o aparecimento de lesões parecidas com o câncer.

O primeiro processo que é realizado para este fim se denomina biópsia, e a amostra de tecido é chamada espécime de biópsia. O exame é denominado de Exame Patológico. É ele que determina se um tumor é maligno ou benigno.

Os resultados de biópsias e citologias de rotina podem levar de 1 até 7 dias para ficar pronto, após a amostra ser recebida no laboratório.
 
E foi depois de dias de imensa ansiedade e expectativa (e muita torcida para que o tumor fosse benigno), que ouvi, numa voz disfarçadamente embargada do Dr Gabriel, que, infelizmente, o resultado apontou o tumor da Cléo como maligno.
 
Eu demorei a aceitar que ouvi aquilo, nem sei como dirigi de volta pra casa e, quando cheguei lá e me deparei com ela, desabei num choro compulsivo, que foi interrompido por uma lambida. Mais uma vez, lá estava ela, ao meu lado, pra me consolar, dizendo, à sua maneira, que tudo iria ficar bem.
Quantas lições essa cachorrinha  já me deu ao longo da sua vidinha!!  Pois é, nós duas sabemos, como poucos, levantar e sacudir a poeira... E, não seria um tumorzinho que iria nos derrotar. Não assim, tão facilmente!
 

TUMORES: BENIGNOS E MALIGNOS
 
 

Esta é a questão que mais nos assombra quando detectamos um tumor, seja em um humano ou em nossos animais. É a partir desta identificação que traçamos todos os passos seguintes, que respiramos um ar mais denso ou mais leve, que necessitamos de mais ou menos reforço em nossa fé.
Como já falamos, é através da análise das células ou de um fragmento do tecido que compõe o tumor (a biópsia), que o patologista confirma a natureza benigna ou maligna da neoplasia.
Basicamente, a diferença entre benigno e maligno é definida pela aparência e estrutura das células atacadas pelo tumor.
Os tumores benignos são constituídos por células bem semelhantes às que os originaram e não possuem a capacidade de provocar metástases. Já os malignos são agressivos e possuem a capacidade de infiltrar outros órgãos. Eles crescem localmente, de forma lenta, e não têm a capacidade de se espalhar para outras regiões do corpo. Na maioria dos casos pode ser totalmente removido (e o paciente curado) por meio de cirurgia.

Os tumores malignos (tumores cancerosos) são aqueles que têm a capacidade de se espalhar, as vezes rapidamente,  para outras regiões do corpo, quer localmente, através da corrente sanguínea, ou através o sistema linfático. A cura neste tipo de tumor depende do diagnóstico precoce e do tratamento adotado. Muitas vezes, necessitam de quimioterapia e Radioterapia, na tentativa de se chegar a células cancerosas que se espalharam para além da região do tumor ou são deixados para trás após a cirurgia de remoção de um tumor

Após a cirurgia caso sejam deixados alguns resquícios de células, tanto os tumores benignos (mais raramente) quanto os malignos podem reaparecer mais tarde perto da região do tumor original. A cirurgia para remover um tumor maligno é mais difícil do que a cirurgia de um tumor benigno.

Fontes: Hospital Albert Einstein, Oncoguia,  Site da ONCOCANE e Dra Renata Sobral (www.renatasobral.com.br)

 
Bom, agora que já sabíamos com “o quê” estávamos lidando, precisávamos saber com “quem” haveríamos de aprender a conviver.
 

COMO O CÂNCER É IDENTIFICADO

Embora a maioria dos cânceres possa ser identificado após o Exame Patológico (biópsia), às vezes, é preciso utilizar outros procedimentos especiais para se obter um diagnóstico mais preciso e identificar o tipo e grau exatos de um câncer.

São estudos especiais que podem utilizar-se de corantes químicos, da análise de alterações cromossômicas, da identificação de sequências de DNA específicas , e outros. No caso do tumor da Cléo, submetemos a amostra à análise imunohistoquímica.
 
Imunohistoquímica (ou coloração por imunoperoxidase) é um método de análise dos tecidos via microscópio, que utiliza anticorpos produzidos em laboratório para reconhecer antígenos que estão ligados ao câncer, buscando identificar características moleculares das diversas doenças. É muito útil na identificação de certos tipos de cânceres.

Em diversos casos é necessário utilizar o exame imuno-histoquímico, por exemplo, para fornecer dados mais preciosos e individualizados sobre o melhor tratamento e provável evolução do câncer. Esse exame pode auxiliar em diversas situações, tais como o diagnóstico de tumores indiferenciados - definir se um tumor é um carcinoma, linfoma, melanoma ou sarcoma. Como cada tipo de tumor tem um tratamento e evolução diferente, é importante tentar diferenciá-los através da imuno-histoquímica, que vai pesquisar moléculas associadas a diferentes tipos de tumor, podendo nos apresentar a caracterização de linhagens de diferenciação de células tumorais.

 

E, no resultado do exame Imunohistoquimico, tivemos o desprazer de conhecê-lo: Sarcoma Estromal Intestinal , também conhecido como GIST (ou Tumor Estromal Gastrointestinal ).

O GIST é um tipo raro de tumor do trato gastrointestinal (TGI). É raro mesmo em humanos e dificilmente encontrado em cães. Com alto grau de malignidade, tem uma significativa tendência a metástases. Estes tumores são considerados verdadeiros “achados clínicos” (que, cá pra nós, eu preferia não achar).

Sua causa está mais fortemente ligada à mutações genéticas. O termo estromal é referente à origem das células que formam este tipo de câncer, que são provenientes do estroma - tecido de conexão e sustentação do TGI (trato gastrointestinal. Os sintomas podem ser: hiporexia, dor e distensão abdominal e sangramentos digestivos, mas a maioria dos casos são assintomáticos e isso dificulta seu diagnóstico precoce. A Cléo, como sabemos, só apresentava uma pequena quantidade nas fezes e nada mais.
 
 
Locais de surgimento do GIST primário
 
Normalmente aparecem através de um tumor primário, que se localiza em uma única área. Segundos estudos da organização GIST Support, os locais de maior incidência do tumor primário são: estômago (55%), duodeno e intestino (30%), esôfago (5%), reto (5%) e colon (2%), além de outros locais mais incomuns. No caso da Cléo, o tumor estava localizado bem no meio do intestino (região mesogástrica intestinal) . Nessa situação são denominados tumores localizados.

Entretanto, os GISTs podem ser bastante agressivos e com grande potencial para se espalhar para outras partes do corpo (normalmente fígado, cavidades abdominais e, mais raramente, linfonodos), formando novos tumores em outros locais diferentes de sua origem, sendo classificado como um tumor metastático. Esse é o nosso caso, infelizmente. (Fonte: GIST Support)

Por isso, a partir do momento do dignóstico e da identificação do GIST, toda e qualquer providência que tomaremos, será com o objetivo de inibir e controlar o desenvolvimento das células cancerígenas que a Cléo mantém em seu organismo.

Juntamente com a Oncologista, Dra Renata Sobral, da Clinica Oncocane, que passou a acompanhar a Cléo a partir dai, e o Dr Gabriel Seabra, do Centro de Saude Animal Zoovet, que é o clinico geral da Cléo, vamos pesquisar e analisar as principais opções de tratamentos indicadas para este tipo de câncer.

As dúvidas são muitas e, juntamente com elas, os receios. A Cléo é uma jovem senhora, com um quadro de displasia coxofemural grave, algumas lesões na coluna... portanto, qualquer que seja a decisão, deve ser tomada com muita cautela. É preciso avaliar bem as opções, os prós e os contras de cada uma delas e pensar, acima de tudo, no bem-estar da minha filhota.

Seja qual for a decisão, tenho certeza de que a minha pequena guerreira vai lutar com unhas e dentes pelo tempo que lhe restar... irá aproveitá-lo segundo por segundo, pois ela sabe muito bem como fazer isso...e vem me ensinando a cada dia...

Larissa Rios

quinta-feira, 10 de março de 2016

Câncer Canino: juntos, podemos vencer esse bicho papão!


   "Juntas, chegaremos o mais longe que pudermos"
 
Há alguns meses atrás, notei algumas gotinhas de sangue nas fezes da Cléo. Ela não apresentava diarréia ou nenhuma outra alteração fisiológica considerável. Apenas algumas manchinhas, de um vermelho bem vivo, que insistiam em colorir o seu “número 2”.
Em uma consulta com o nosso veterinário de confiança (sim, veterinário é que nem pediatra, acaba “pertencendo” a mãe e ao filho), Dr. Gabriel  Seabra (do Centro de Saúde Animal Zoovet), pedi para que investigássemos. Exames de fezes, sangue e Ultrassonografia foram feitos e a única coisa que detectamos foi um iniciozinho de Giárdia (uma doença intestinal causada por protozoários que se alojam no intestino do animal). Ok, nada de mais. A Giárdia, desde que diagnosticada e tratada a tempo, não causa grandes danos. Seguimos com o tratamento indicado e pronto. Assim pensamos...
Mas o sangramento não desapareceu. Não se alterou – nem aumentava, nem diminuía -, mas não parou. Aquilo me deixou com uma pulga atrás da orelha e um pontinho de angustia no peito. Havia algo com a minha menina, minha voz interior dizia. Mas, em seguida, ela entrou numa fase bem difícil com a Displasia, sentia muitas dores e já não respondia mais tão bem às terapias e recursos que eu vinha tentando (transplante de células-tronco, implante de ouro, acupuntura, ozonioterapia, etc). Foquei no que me pareceu mais grave e urgente, pois ver a Cléo sofrendo com dores e sem conseguir andar direito me desesperava. Lancei mão da minha última cartada para tentar resolver de vez o seu maior problema articular e fizemos a cirurgia de denervação coxofemoral (uma técnica de raspagem dos nervos com o objetivo de eliminar ou diminuir as dores). E a cirurgia foi um sucesso (em outro post contaremos para vocês), ela teve uma rápida recuperação, passou a caminhar muito melhor e até o semblante da sua fuça mudou. Parecia outra cachorra. Mas com o mesmo sangramento de antes. Sim, aquelas gotinhas de sangue ainda teimavam em aparecer em suas fezes.
Hora de ouvir a minha intuição com mais atenção e encarar mais seriamente as pistas apresentadas. Resolvemos repetir os exames. Fezes: Negativo para quaisquer verminoses. Beleza! Sangue: tudo normal. Maravilha! Ultrassonografia: “Ai, achei uma coisa!”, disse a veterinária-ultrassonografista, ao mesmo tempo em que meu coração parou de bater. Por um milésimo de segundo, minha visão escureceu, minha respiração travou e eu pensava: “Não pode ser, olha direito!” e, ao mesmo tempo, “Ufa! Eu sabia que havia algo e agora vamos saber do que realmente se trata!”. A sensação de alivio durou pouco. Tratava-se de um tumor.
O laudo da US dizia: “Em região mesogástrica direita observa-se formação aderida a segmento intestinal, medindo aproximadamente 5,1 x 4,3 cm, heterogênea, com áreas liquidas entremadas (sugestivo de alteração neoplásica)”. Na minha leitura: Havia um tumor, de tamanho considerável, agarrado ao intestino da minha filhota. E agora?! Qual seria a gravidade? Porque não vimos isso antes, no exame anterior? O que fazer? Ela vai morrer?
Um buraco se abriu aos meus pés e me senti em queda livre.  Logo eu que sempre ouvi falar sobre o câncer como se fosse algo tão distante. Nunca tive (que eu saiba) alguém da minha família ou muito próximo a mim que fosse a cometido por essa doença. Pelo menos ninguém com quem eu tivesse uma convivência muito frequente ou intima. Eu “olhava” para o câncer como se ele fosse um ser irreal, imaginário. Mas quando “ele” bateu de frente comigo, eu descobri que, na verdade, essa era a minha forma de esconder o medo que eu tinha de algum dia ter que encará-lo. Eu tinha pânico porque achava que essa era uma guerra onde os lutadores entravam na arena já sabendo que perderiam para o monstro. É horrível, mas preciso confessar... até para mim mesma. Eu achava que ninguém se curava de um câncer. Que, os tratamentos o enfraqueciam, faziam “ele” ir e voltar  e que, uma hora, “ele” voltava com tudo e ganhava a briga.
Então, eu o “olhava” como se fosse algo distante de mim... tipo, o fantasma do Câncer... por que essa era a minha intenção... mantê-lo bem longe. Não consegui. “Ele” se impôs diante de mim e eu teria que encará-lo.
E lá vinha ela, a Cléo, me trazer mais uma enxurrada de lições. Terei que aprender a ser mais confiante e fortalecer ainda mais a minha fé. Sabe aquela conversinha de que precisamos aprender a dar mais valor às pequenas coisas da vida e viver mais o momento presente? Pois é, né conversa fiada não, viu? Quando você se vê numa situação como esta, você percebe que o melhor momento é o “agora”! Tudo depende do que você faz com o seu momento. E a gente o desperdiça tanto...
 

ENTENDENDO O CÂNCER

O câncer (Neoplasma ou Neoplasia) caracteriza-se pelo surgimento de formações (nódulos, massas ou também feridas), conhecidas como “tumores”, que crescem em volume e extensão pela proliferação descontrolada de células.
Veja, nesse vídeo, um pouquinho dessa dinâmica celular:
 

As células cancerosas perdem progressivamente as características e funções diferenciadas do tecido original. Células que antes secretavam alguma substância, já não o fazem mais. Outras que eram responsáveis por absorver ou transportar ou mesmo dar estrutura de sustentação ao órgão ou tecido, já não são mais capazes de atuar organizadamente. É um verdadeiro caos celular!
Alguns tumores podem preservar alguma função e alguns aspectos morfológicos (forma/estrutura) do tecido original, mas são poucos. Da mesma forma, o crescimento rápido não é característica de todos os tumores, sendo que alguns tipos apresentam crescimento indolente, lento.
 
Os diagnósticos são feitos através de exames citológicos e histológicos (biópsia, hispatológico) e identificam a classificação dos tumores, que podem ser malignos ou benignos.

Os Fibromas, lipomas e adenomas são benignos; os sarcomas e carcinomas são malignos.
Os tumores malignos apresentam maior anaplasia (indiferenciação), são mais invasivos, tem a capacidade de fazer metástase (transferir-se para outros tecidos através do sangue e da linfa) e também uma grande atividade mitótica (processo de divisão celular).
As neoplasias malignas podem exercer pressão nos tecidos vizinhos normais, causando dor, interrupção da irrigação vascular, bloqueio dos vasos linfáticos e diminuição de função dos órgãos, levando o paciente à obito.
Os sintomas do câncer estão relacionados ao tipo e localização do tumor, mas, de forma geral os principais sinais da doença podem ser: nódulos palpáveis e aparentes, aumento de volume abdominal (massas abdominais), dificuldade para respirar (massas ou acúmulo de líquido em tórax); tosses persistentes; feridas que não cicatrizam; perda de peso e de apetite sem causa aparente; dores crônicas; anemias crônicas; diarréias prolongadas, desidratação, febre, dificuldade para comer, engolir ou defecar ou ainda, sangramento espontâneo por orifícios naturais.
São diversos os tipos de câncer que se dividem em neoplasias orais, oculares, genitais, gastrointestinais (no caso da Cléo) e, os principais que acometem cães e gatos: Cutâneos, sendo que os cães apresentam uma alta incidência de mastocitomas (tumor de mastócitos) e os gatos (normalmente animais despigmentados) de carcinomas espinocelulares; mamários (que acomete um numero assustador de cadelas não castradas, mas também pode atingir os machos); e os Hematopoiéticos (linfomas e leucemias).

Infelizmente, o câncer é uma doença que tem sido cada vez mais comum entre os cães. Usualmente a doença ocorre em animais mais velhos (acima dos 10 anos de idade), porque a maioria dos tumores são consequências de alterações genéticas (mutações) que são adquiridas ao longo da vida.

Portanto, a maior longevidade dos nossos animais pode ser uma das explicações. Até o final da década de 90 os cães viviam, em média, de oito a 10 anos e, hoje, já chegam ou ultrapassam os 12 anos. O que faz com que surjam, mais frequentemente, doenças que são comuns ao homem, acometidas pela velhice.
Não há uma causa única para o surgimento do câncer no organismo. Normalmente, é uma junção de fatores que encontram terreno fértil para o desenvolvimento da doença. Quando as causas são genéticas, doenças pré-existentes ou um desequilíbrio hormonal, às vezes foge à nossa capacidade de protegê-los. Até mesmo um vírus, com potencial de induzir tumores, pode desencadear a doença. E ainda há muitos efeitos carcinógenos desconhecidos.
Mas a qualidade da alimentação, exposição a substâncias químicas (como o cigarro, por exemplo) e até mesmo traumas e estresse, são fatores sob os quais temos responsabilidade e podemos controlar.
 
Para tentarmos proteger nossos mascotes desse mal, devemos observar as condições e o estilo de vida que os proporcionamos. Tomar cuidado com o sol (por causa do câncer de pele), evitar a obesidade, não fumar próximo ao animal (está provado que ele acaba sendo um fumante passivo), praticar atividades físicas, castração (especialmente no caso das fêmeas) e alimentação de boa qualidade são alguns dos cuidados que podem salvar as vidas dos nossos animais. Ah, e faça consultas e exames periódicos de check-up; já que  uma doença desse tipo pode acabar sendo descoberta em um exame rotineiro, abrindo espaço para que um tratamento seja iniciado de forma imediata.
Hoje, a oncologia veterinária é uma das especialidades em destaque e uma das de maior número de atendimento em clínicas e hospitais veterinários.
 
 
O tratamento oncológico tradicional, normalmente, baseia-se na cirurgia, quimioterapia e radioterapia.

A cirurgia é considerada a principal abordagem (aproximadamente 70% dos casos) no tratamento dos tumores sólidos (aqueles que formam nódulos e massas). É extremamente recomendável que o cirurgião seja um profissional habilitado para realização das técnicas de exérese (extirpação) e reparação (plástica) do paciente.

Em alguns casos, a cirurgia é realizada como tratamento único, porém, existem outras situações em que a possibilidade de disseminação do câncer para outros órgãos (disseminação metastática). Nestes casos, a quimioterapia fica indicada como tratamento complementar, visando melhor controle da doença e o aumento da sobrevida do paciente.-

Para os casos de tumores hematopoiéticos (linfomas, leucemias, mielomas) , tumores venéreos transmissíveis em cães (TVT) e/ou cânceres avançados (sem possibilidade de cura) – a quimioterapia é a principal terapia de eleição. E, embora exista inicialmente uma certa apreensão relacionada aos efeitos colaterais que o tratamento quimioterápico possa desencadear, na prática vem se observando que os efeitos em cães e gatos são muito mais sutis e melhor tolerados pelos animais do que por pessoas submetidas ao mesmo tratamento.

A radioterapia, embora não muito utilizada no Brasil, pode ser particularmente útil como tratamento adjuvante após a cirurgia, tumores de crâneo ou ainda como terapia paliativa para tumores inoperáveis.
Embora a oncologia veterinária seja uma especialidade que ofereça opções diversas para o tratamento do câncer em cães e gatos, vale salientar que a melhor e mais efetiva forma de tratar o câncer é diagnosticá-lo precocemente para que as chances de cura sejam maiores. Portanto, cuidem muito bem dos seus precisos amiguinhos e fiquem atentos a quaisquer sinais de que algo não vai bem. Procure, imediatamente o seu médico veterinário de “vocês”.


Fontes:
Site da ONCOCANE e Dra Renata Sobral (www.renatasobral.com.br)

 

Bom, eu poderia questionar as razões, dizer que preferia que fosse comigo a acontecer com ela, poderia me lamentar, poderia me revoltar... Mas de que adiantaria?! Questionamentos não vão resolver a situação. Se fosse comigo, quem cuidaria dela? Revolta e lamentações só vão tornar as coisas ainda mais pesadas e doloridas.

O desafio estava ali, a um palmo da minha cara. A Cléo não fugiria se tivesse que brigar por mim. Portanto, não seria eu quem iria fugir dessa briga por ela.

Afinal, qual é o tipo de câncer dela? Qual será o tratamento escolhido? Estas e mais algumas questões, nós vamos compartilhar com vocês nos próximos posts.

O que posso adiantar é que ela está bem, feliz e cheia de energia, como sempre foi, essa guerreira. E nós vamos, junto com vocês, aprender a lidar com esse “fantasma” e tirar de mais essa lição o melhor que pudermos. Algumas coisas nós já sabemos, outras informações virão com o tempo. A única coisa certa é que, enquanto ela estiver ao meu lado, não lhe faltará amor, carinho e atenção.

Um passo de cada vez... E, juntas, chegaremos o mais longe que pudermos.

 

Larissa Rios