quarta-feira, 5 de agosto de 2015

AMOR NÃO TEM IDADE


 
Já estou com a fuça toda branquinha
 
Pois é, o amor não tem idade. Não tem tamanho, não tem cor, não tem religião, não tem fim. Pelo menos não deveria ter. Pelo menos, para mim, não tem.

Os anos passam. Passam rápido. Lembro, como se fosse ontem, de quando eu era uma bolinha de pelos...quando estava ainda em meio aos meus irmãozinhos caninos, quando vi minha dona pela primeira vez e a escolhi. Contei isso para vocês AQUI no blog, e parece que foi ontem que escrevi aquele texto. De lá pra cá, tanta coisa aconteceu. Tanta coisa eu vivi. E aprendi. E outras me neguei a aprender, por pura birra mesmo ehehhe

A idade avança, marca presença e, com ela, algumas coisas mudam. Todos os seres evoluem com o tempo, inclusive nós, caninos. Às vezes a idade nos traz coisas boas, experiência, maturidade, tranquilidade. Outras vezes, nos traz algumas penalidades físicas, doenças, limitações. É a regra do jogo, é natural da vida.

No auge dos meus 8 aninhos e mais alguns meses, eu já não sou mais aquela cachorra que topa qualquer parada. As vezes eu prefiro ficar na minha, tirando uma soneca mesmo. Já não posso me aventurar por qualquer trilha, meus passos não são mais tão seguros. São meio cambaleantes e, muitas vezes, manco bastante por conta das dores que a displasia e as artroses e artrites que a idade me trouxe. Já não sou mais tão tolerante, resmungo, dou broncas. Não corro enlouquecidamente atrás da bolinha jogada... até tento, mas não consigo. Necessito de cuidados especiais, alimentação especial, tratamentos e terapias que ocupam bastante o tempo da minha dona e dão uma certa desequilibrada na conta bancária dela.

Mas eu também me doei inteiramente, enquanto pude. Eu fui aquela que se enfiou no meio do mato, inúmeras vezes, para desbravar trilhas desconhecidas com ela. Eu fui a que a inspirou e motivou a criar e seguir em frente num projeto profissional de coração. Eu a acompanhei, inúmeras vezes, trote a trote, em suas corridas, porque ela precisava se exercitar... eu não, sempre fui esbelta eheheh. Eu me jogava, sem pestanejar, sem nem olhar de onde, quando ela atirava uma bolinha, só pra ver o seu sorriso no rosto. E fui eu quem lambeu suas lágrimas tantas vezes que a vi chorar. Eu tenho o dom, até hoje, e cada vez mais afinado, de tranquiliza-la somente com o olhar. E é com esse olhar que quero dizer para ela que, assim como eu fiz caninamente a minha parte, ela vem fazendo humanamente a sua. Retribuindo, com a mor e cuidado, todo amor e cuidado que eu dediquei a ela toda a minha vida. Que sou muito grata por ter encontrado uma dona como ela. Que, infelizmente, nem todos os meus “irmãos de pelos” têm a mesma sorte que eu... muitos, quando chegam a minha idade, são abandonados à própria sorte ou não recebem os cuidados necessários. Porque dá trabalho, porque tem custos ou porque os seus donos não estão a fim de lidar com isso. Eles não se atentam para o fato de que, um dia, também serão idosos, e, em suas devidas proporções (considerando a diferença entre humanos e animais) terão as mesmas necessidades de cuidados.

Hoje fiquei muito feliz quando minha dona me falou que assistiu o video “Novo Amor Velho”, idealizado pela Animália Fotografia de Animais, projeto que une fotografia de animais de estimação e produções audiovisuais voltadas a causa animal. O curta-documentário relata e explora o mundo dos cães que são descartados na rua porque ficaram "velhos demais", mas também conta como esses velhinhos são resgatados por mulheres maravilhosas, que dão amor e dignidade até o fim de suas vidinhas!



Pois é, a minha dona já tem a velhinha dela. Quem sabe você, que está lendo esse texto agora, não considera a possibilidade de ter um velhinho em sua vida também?


Velhinha e muito feliz!
 
 
Veja o Video “Novo Amor Velho” e se emocione!



  Para conhecer melhor o projeto Animalia, clique AQUI


  Cléo