Como disse no post anterior, saindo do “Patas na Trilha 11”, eu e a minha dona, pegamos a estrada direto para Visconde de Mauá (RJ). A viagem foi bastante cansativa, principalmente depois de um dia de aventuras em Santa Isabel. Mas tudo bem, já estamos acostumadas...
A região de Visconde de Mauá está numa Área de Proteção Ambiental (APA), no alto da Serra da Mantiqueira, na divisa com o Parque Nacional de Itatiaia ao norte de SP e ao sul de MG e RJ. Pela rodovia Nova Dutra (BR 116), seu principal acesso, localiza-se estrategicamente mais ou menos à mesma distância tanto de são Paulo quanto do Rio de Janeiro. Nossa viagem durou cerca de 3 horas (lembrando que saímos de Santa Isabel e não de São Paulo).
O sol já se despedia e esse era o nosso temor: subir a serra durante a noite. Sim, porque a região encontra-se a uma altitude que varia de 1400 a 2787m. Para quem não conhece, a estrada é realmente um pouquinho assustadora, pois é muito sinuosa e a pista é estreita. O solo é de cascalho, mas está em bom estado. O problema mesmo são as muitas curvas fechadas. Mas nós fomos cuidadosamente... a minha dona conduzia e eu a apoiava, sempre alerta, claro. Dá para ir devagar, com atenção e ainda desfrutar da belíssima paisagem. Lembrando sempre que, para transportar adequadamente o seu pet, ele deve estar contido numa caixa de transporte ou preso ao cinto de segurança.
Após subir a serra (10 km de asfalto e 20 km de estrada de terra) chega-se na vila de Visconde de Mauá, que oferece uma boa infra estrutura com central de informações, restaurantes, lojas, posto médico, delegacia, posto de gasolina, mercado, igreja, campo de futebol e rua principal pavimentada. Seguindo por mais 8 km, chega-se a Vila de Maringá, considerada o principal centro comercial da região, onde se encontra os melhores restaurantes, além de lojas de artesanato, bares, farmácia, padaria e mercadinhos. Como é dividida pelo Rio Negro, fronteira dos estados, a vila divide-se em Maringá mineira e Maringá carioca. Cerca de 3 Km depois, encontra-se a Vila de Maromba, mais simples no quesito urbanização, porém mais rica em recursos naturais pois é a primeira vila a receber as águas que descem do Parque Nacional de Itatiaia proporcionando águas límpidas e cristalinas nas suas atrações.
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Iniciamos a nossa exploração local em direção ao Poço do Marimbondo. Fizemos o percurso em caminhão 4x4 e chegando lá, enlouqueci imediatamente ao detectar o barulhinho inconfundível das corredeiras....pensei: “Êpa, é águaaaaa!!”. A trilha até o poço é relativamente íngreme, mas, devagar e com paradas para descanso, dá para encarar numa boa....Isso para os humanos, claro, porque os peludos tiram de letra! Era dia de semana, portanto o poço estava entregue “praticamente” a nós. Digo “praticamente” porque quando chegamos ao poço, encontramos um casal lá que devia estar pensando o mesmo que nós: que o poço seria só deles. Mas ficaram no “praticamente”, já que chegamos e estragamos a privacidade dos “pombinhos”....ahahahah. Mas foi só um pouquinho e eles até que curtiram me ver nadando no poço. Tiraram até fotos!!!
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O Poço do Marimbondo, localizado no alto do Vale do Pavão, fica escondido bem no meio da mata. Ali, forma-se uma piscina natural com alguma profundidade e cor da água esverdeada (característica que, durante muito tempo, lhe deu o nome de Poço das Esmeraldas).
O lugar é maravilhoso e a água cristalina. Deu para eu dar uns bons mergulhos na água (gelaaaaada!!) e tirarmos algumas fotos. A minha vontade era ficar ali mesmo, o dia inteiro. Mas ainda tínhamos muuuitas cachoeiras para conhecer. Então, montamos novamente no nosso 4x4 e seguimos rumo às Cachoeiras do Alcantilado.
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São, nada mais nada menos, do que 9 quedas d'água das mais variadas formas que se localizam dentro de uma fazenda no Vale do Alcantilado, do lado mineiro. O local oferece bar, restaurante, estacionamento e cobra uma pequena taxa de visitação. São 1500 metros pela mata com pássaros, borboletas e diversos pontos de atrações entre mirantes, cachoeiras, poços e piscinas naturais.
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Não há muito espaço em volta dela e o terreno é bastante escorregadio....pedra molhada, já viu, né? Eu senti na própria pele, ou melhor, no próprio pêlo. Pisei no lugar errado, escorreguei pelas pedras e segui cachoeira abaixo. Por sorte, não era uma cachoeira grande....estava mais para cascata. Eu consegui me agarrar à margem e sair sozinha da água. Tudo bem, apenas alguns arranhões e uns diaszinhos mancando. Mas foi um sustão!! Então, se você planeja visitar as Cachoeiras do Alcantilado com o seu peludo, fica aqui o meu conselho por experiência própria: na cachoeira número 4, coloque o seu peludo na guia ou passe direto para a cachoeira número 5. A dica vale para todas as cachoeiras, caso o seu peludo seja daqueles que disparam na frente e você mal consegue ver por onde ele vai.....
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Eu aconselho as cachoeiras número 1, 2 e 3 para serem aproveitadas com um pouquinho mais de tempo, nadar, brincar, relaxar a vontade. A cachoeira numero 1, geralmente é mais movimentada....não só porque é a primeira, como também porque o poço que se forma é maior e tem mais espaço para as pessoas nadarem.....desta forma, talvez haja quem se incomode com os freqüentadores de 4 patas. Mas as cachoeiras 2 e 3 estão logo ali a frente, são lindas e permanecem mais reservadas. Não pense duas vezes, foi o que fizemos.
A região de Mauá oferece dezenas de opções de hospedagem. Dos mais variados tipos, desde a mais simples pousada ou hotel até as opções mais luxuosas, charmosas e românticas. Obviamente, o range de preços também varia bastante conforme o estilo e a categoria. Procurando, com jeitinho, você encontra algumas opções de hospedagens pet friendly. Porém, quando se trata de um grupo de peludos, como é o caso dos nossos eventos, aí a coisa muda de figura. Ou seja, para nós do Portal Turismo 4 Patas, foi muito mais difícil encontrar o que nós procurávamos. Para casais ou apenas uma família em férias com o seu mascote, não há problema algum – especialmente se o peludo for de porte mini ou pequeno.
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Chegamos em casa com a sensação de restava ainda muito a explorar...e restava mesmo. Apenas 2 dias é muito pouco....mas não faltarão oportunidades futuras. No entanto, os lugares que visitamos já servem de boas dicas de passeios caso você tenha pouco tempo com o seu peludo na região e queiram curtir sem incomodar e sem ser incomodados...Uma lambidela!!!
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