sábado, 12 de agosto de 2017

ROTEIRO PET FRIENDLY: PARATY, PARA PETS


Paraty, para mim, para pets
Sabe aqueles lugares que te dão a sensação de que foram feitos para você? Pois é, assim é a cidade que fica a cerca de 260 km da capital do Rio de Janeiro (e a aproximadamente 290 km de São Paulo). Um dos destinos turísticos mais visitados do estado Rio de Janeiro. O lugar aonde você chega e tem absoluta certeza de que ele foi feito “para ti”... eheheh Pegou o espírito da coisa?! 

Pode ser uma piadinha piegas. Mas, pieguices à parte, a verdade é que foi essa a sensação que tomou conta de nós assim que chegamos em Paraty. Eu e a Alegria nos sentimos em casa e absolutamente integradas àquele lugar. Tanto é que, como em poucas vezes me permito fazer, joguei todo o planejamento prévio dessa nossa Expedição Pet Friendly para o alto e me deixei levar pelas oportunidades e sugestões que iam surgindo a cada dia que acordávamos lá. Começando pela nossa permanência que, a princípio, seria de apenas 3 dias e acabou se estendendo por uma semana (e a vontade era de ficar um mês, um ano ou até, quem sabe, arrumar as malas e mudar de vez). Ok, com certeza a recepção e a acolhida dos meninos da Pousada Pontal Gardens fez toda a diferença (já já contaremos melhor sobre isso). Sim, ter um gostinho do que vem a ser a vida local, também nos maravilhou. Sem dúvidas, chegar naquelas praias e cachoeiras paradisíacas e ter tudinho praticamente privativo para nós (fenômeno possível apenas na baixa temporada) alimentou o nosso sentimento de integração. Encontrar pessoas com nível elevado de gentileza, que contribuíram de diversas formas com as nossas experiências, complementou o nosso encantamento. Mas... a facilidade (e, melhor ainda, a naturalidade) com que a Alegria pode transitar em todos os lugares por onde passamos, sem nenhum olhar atravessado, sem parecer que estávamos invadindo o espaço alheio, sem a necessidade de nos encolhermos em algum cantinho para não incomodar ninguém... Ah, isso foi a cereja do bolo!!  


Área comum da Pontal Gardens

Até a decoração é pet friendly

Quartos espaçosos e confortáveis, com quintal

Cash, o anfitrião canino

Chegamos em Parati e fomos diretamente fazer nosso check in na Pousada Pontal Gardens. Sabe aquele lugar que parece que te faz parar o tempo? Eu não disse “parar no tempo” e sim “parar o tempo”. É isso mesmo, um lugar que te dá vontade de parar tudo, sentar numa daquelas poltronas confortáveis, pegar um livro (se você não levou, pode pegar emprestado lá mesmo) e ficar ali, horas, somente ouvindo o barulho dos muitos pássaros que tomam conta da área comum, enquanto bebem água ou beliscam frutas carinhosamente colocadas todos os dias para eles. A pousada é pequenina – apenas 6 confortáveis suítes, com diferentes layouts, todas com frigobar retrô Brastemp e quintalzinho -, sem grandes pretensões em termos de áreas de lazer (não tem piscina, sala de jogos, quadras, nada disso), mas gigantesca nos quesitos charme e hospitalidade. Fruto da realização de um sonho e da busca por uma vida com mais qualidade do casal Rony (chef de cozinha) e Fernando (veterinário), o lugar é para ser curtido, sem pressa e sem pressão de horários – a começar pelo café da manhã delicioso que é servido até as 11hs da manhã. Lá, todos os portes de cães são bem-vindos, desde que dóceis e sociáveis, com outras pessoas e com outros animais, e são recepcionados pelo mascote Cash, um Labrador Retriever pra lá de “boa gente”. A localização é perfeita, a apenas 200m da Praia do Pontal, a poucos passos do canal de onde saem alguns passeios de barco e a 500m do Centro Histórico da cidade. Fomos carinhosamente recepcionadas pelo Luciano, gerente da pousada (que pouco depois se tornou o Lu).

Mas, assim que colocamos a bagagem no nosso super quarto, não perdemos tempo e colocamos os pés e as patinhas para explorar aquelas ruas de pedras irregulares (conhecidas como pé-de-moleque). Alias, fica aqui a dica: prefira calçar tênis para caminhar pelas ruas de Paraty. Isso te dará mais equilíbrio e protegerá dos tropeços. A circulação de veículos é proibida na maior parte das ruas do Centro Histórico, por isso, a melhor forma de conhecê-lo é mesmo a pé.  

Restaurante Coupê e os dogs "locais"
Antes do tour, fizemos uma paradinha para almoço no restaurante Casa Coupê, que fica logo ali na Praça da Matriz (com vista para a linda Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Remédios) e serve a melhor comida de bar da cidade. Aceita pets de todos os portes nas mesas externas e, se necessário (como no nosso caso, que começou a chover), não tem problema algum em acomodá-los no interior. Nos fizeram companhia no almoço, o casal Hans e Ju, proprietários do Shambala Spa, que não é pet friendly mas, como amantes de animais, torcem muito para que o turismo leve cada vez mais o público pet para a cidade. Eles nos passaram dicas maravilhosas de passeios na região.  

Finalizado o almoço, hora de voltar ao tour histórico...

Hora de explorar a parte histórica de Paraty
A cidade que, durante o período colonial brasileiro (1530-1815), foi sede do mais importante porto exportador de ouro do Brasil (era de lá, que seguia para a Corte do Rio de Janeiro, o ouro procedente de Minas Gerais), está localizada junto ao oceano e entre dois rios (o Perequê-Açu e o Patitiba) e possui hoje cerca de 39.965 habitantes  distribuídos em aproximadamente cinquenta bairros e localidades – os principais são os de Laranjeiras, Mambucaba e Centro Histórico. 

Seus casarios históricos, que mostram a herança portuguesa da época colonial do século 18, foram requalificados como pousadas, restaurantes, lojas de artesanato e museus. Mas não perderam a sua identidade, preservando a sua história e sua cultura nas suas fachadas, no colorido, nos símbolos maçônicos e religiosos e em outros detalhes. O que já lhe rendeu os títulos de “o conjunto arquitetônico colonial mais harmonioso", pela UNESCO, e Patrimônio Nacional tombado pelo IPHAN.

Perder-se pelas ruas de Paraty não é muito difícil (mas, sim, é delicioso), pois você segue andando, entrando e saindo das lojinhas, tirando mil e uma fotografias, como se estivesse num labirinto e, quando se dá conta, já se passaram horas. Existem tours guiados pela cidade, mas, com as dicas valiosas do Hans e da Ju, e também do pessoal da Pontal Gardens, preferimos “nos perder” por conta própria. Ah, assim como em Monte Verde (MG), em Paraty você encontrará muitos cães nas ruas. Por isso, o seu peludo precisa ser um animal tranquilo, dócil e sociável. Os “locais caninos” são super de boa, nem se incomodavam com a nossa passagem. Todos bem cuidados, com coleiras e percebemos que haviam recipientes com água e comida para eles em muitos dos estabelecimentos. Á noite, alguns deles até são abrigados nas lojas.

Matriz Nossa Senhora dos Remédios e Igreja Santa Rita de Cássia


Começamos nosso tour independente pelo começo. Ou melhor, de onde tudo começou: a Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, que estava logo à nossa frente, na Praça da Matriz. Foi ali que, por volta de 1630, em terras doadas por Dona Maria Jácome de Melo, iniciaram a construção de uma pequena capela para Nossa Senhora dos Remédios, da qual ela era devota. E a vila passou a crescer em volta da pequena capela que, mais tarde, foi demolida e, em seu lugar, construída uma igreja maior, de pedra e cal, obra bastante custosa que só terminou em 1712, com a ajuda financeira da piedosa senhora Paratiense, Dona Geralda Maria da Silva, que por isto recebeu do Imperador Dom Pedro II o título de Dona do Paço. Um detalhe curioso são as torres inacabadas e o fundo da edificação por terminar. Acredita-se que isso aconteceu não só pela falta de recursos e mão-de-obra escrava, mas também porque a igreja teria afundado, inclinando-se perigosamente para frente, devido à inconsistência do terreno onde foi construída.

Como já deve ter dado para perceber, a história de Paraty carrega uma forte influência religiosa, especificamente católica, vinda de Portugal. Além da Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Remédios, o Centro Histórico possui mais 3 igrejas: Igreja de Santa Rita de Cássia, Igreja de Nossa Senhora das Dores e Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Quando construídas, cada uma foi sendo destinada a uma camada da população: senhoras aristocratas, escravos, homens pardos libertos, etc.

Esta influência se traduz não só na arquitetura, como também nas festas tradicionais que até hoje acontecem na cidade histórica de Paraty, como: Festa do Divino, Corpus Christi, Festa de Nossa Senhora dos Remédios, de Nossa Senhora do Rosário, etc.

Casarios coloniais de Paraty


Paraty se escreve com I ou com Y?

Eu não sei vocês, mas nós nos perguntamos muitas vezes: afinal, o nome do município se escreve com “Y” ou com “I”?! Pois, normalmente, vemos as duas formas serem utilizadas, né?


Paraty, na língua tupi, significa "peixe de rio" ou "viveiro de peixes", era o nome que os índios guaianás davam ao local onde hoje se situa a cidade. Já “Parati” é uma espécie de peixe da família das tainhas (Mugil Brasiliensis) e que, durante o inverno, vem desovar e procriar nos rios que desembocam na baía de Paraty e depois voltam ao mar.

Originalmente, o nome do município era grafado com dois "i": Paratii. Posteriormente, já no século XVIII, os colonizadores decidem manter o antigo nome indígena – com “Y”, que foi mantida até 1943, quando a Convenção Ortográfica Brasil-Portugal suprimiu o Y do alfabeto português.

Esta situação ambígua perdurou até 1972, quando o Senador Vasconcelos Torres, atendendo às solicitações feitas pelas autoridades locais, apresentou ao Senado Federal o Projeto de Lei no. 25, determinando que a grafia das cidades e monumentos históricos "tivessem os seus nomes expressos na forma ortográfica em que eram escritos antes de 18 de janeiro de 1944". A Comissão de Educação e Cultura, através de seu Relator, o Senador Milton Trindade, quanto ao mérito do projeto de lei, sugere: "...a nossa impressão vai mais longe: nenhuma medida oficial, amparada ou não em lei, conseguirá impedir que a grafia de determinado nome continue sendo escrita de determinado modo, se, na verdade, O SEU REGISTRO É O QUE VEM DA TRADIÇÃO HISTÓRICA, IRREMOVÍVEL, SE CONSAGRADA PELO CONSENSO GENERALIZADO DE UMA COMUNIDADE..." (o grifo é nosso).

O referido projeto de lei foi rejeitado porque os parlamentares acordaram que não se deveria impor às outras cidades históricas a grafia antiga, que poderia não lhes agradar.

Mas acatando a sugestão do Relator Milton Trindade, no Parecer no. 261, transcrito, a comunidade paratiense, através de seus Órgãos Públicos e entidades locais, passou a utilizar papéis timbrados com a grafia PARATY e vem insistindo para que todos passem a utilizar a antiga forma ortográfica.

À semelhança, porém, do que ocorre com o topônimo Bahia (cidade e estado) que é grafado com "h" e a palavra baiano não é, assim Paraty (cidade município) se escreve com "y", mas paratiense se escreve com "i". Isto para se aplicar a Ortografia Brasileira vigente.

Igreja de Nossa Senhora das Dores
Sim, a parte histórica e cultural é riquíssima. Mas, como vocês sabem, a gente embarca nas nossas expedições sedentas de aventura e muita interação com a natureza, né? Então, para nós, esse tour básico já atendeu nossas expectativas. A gente sabia que Paraty era muito mais que apenas uma pequena cidade histórica e queríamos conferir! 

Entre a baía da Ilha Grande e o belo trecho da Mata Atlântica, Paraty se impõe no cenário das mais incríveis e charmosas cidades do mundo. 


No quesito montanhas, a cidade é rodeada de Parques e Reservas Ecológicas, dentre eles: Parque Nacional da Serra da Bocaina, a Área de Proteção Ambiental do Cairuçú, a Reserva da Joatinga e ainda, faz limite com o Parque Estadual da Serra do Mar. Ou seja, é Mata Atlântica por todo lado. O que a torna uma das regiões mais preservadas do Brasil.

Super propícia à prática de esportes de aventura e ecoturismo, em Paraty pode-se caminhar por dias a fio. Mas, infelizmente, nós não tínhamos esse tempo todo – mesmo com a esticadinha em nossa estadia.  

Então, no dia seguinte, selecionamos um dos circuitos de cachoeiras e partimos de mochila nas costas, eu e a Alegria.  Desta vez, precisamos tirar o carro do estacionamento.  Normalmente, as cachoeiras que visitamos fazem parte da rota da maioria dos Jeeps que levam os turistas para conhecer as cachoeiras e alambiques de Paraty. O acesso pela pista de terra pode ser complicado para veículos sem tração, mas nós não tivemos nenhum problema em fazer o percurso com nosso carro (uma Sandero Stepway). Se estiver indo para Paraty pela primeira vez e quiser incluir o roteiro das cachoeiras na sua programação, convém saber se as estradas são compatíveis com o seu veiculo ou se não será melhor contratar um tour com veículos 4x4.



Entrada do Villa Verde e a ponte pêncil

Restaurante Villa Verde

Jardim e piscinas naturais

Meu amigo caiçara, me mostrando as águas do rio Perequê

Passando pelo trevo de Paraty, em direção a Cunha, cerca 6 km da pousada, do lado esquerdo da estrada, fica a entrada para o Restaurante Villa Verde. Você verá somente uma placa com o nome do restaurante, deverá estacionar em algum local mais apropriado (não há estacionamento) e seguir pela ponte de madeira, atravessando por cima do rio Perequê. Este é um lugar que merece ser incluído no seu circuito gastronômico de Paraty. Infelizmente, não tive a chance de experimentar uma das deliciosas massas caseiras feitas pelo chef Dario Rossera, porque estávamos apenas começando o dia e, na verdade, nós tínhamos ido parar ali por causa das piscinas naturais que nos indicaram. Sim, o restaurante italiano está na área de um dos parques de Proteção Ambiental e às margens do rio Perequê. Ali, pode-se passar o dia banhando nas águas límpidas e cristalinas das piscinas naturais e curtindo a natureza e tomando um drink, enquanto sua massa é preparada na cozinha totalmente aberta. Um lugar duplamente delicioso e pet friendly.  

Igreja da Penha

Cachoeira do Tobogã

Poço do Tarzan
Depois dos mergulhos nas piscinas naturais do Villa Verde, seguimos a estrada e, alguns quilômetros depois, do lado direito, uma igreja nos chamou a atenção: a Igreja da Penha, construída em cima de uma grande rocha, que lhe dá um ar bem pitoresco.  Ali, há um estacionamento, onde se paga uma taxa de R$ 10,00 (valor de julho/2017) e pode-se usufruir da estrutura de banheiros, visitar a igreja e ter acesso à trilha que levará à Cachoeira do Tobogã.  No local, também há um marco da Estrada Real e um do Centro de Informações Turísticas do Caminho do Ouro, indicando que este trecho faz parte da famosa rota turística-histórica que reúne quatro caminhos da época do Brasil Colonial que passam pelos estados de Minas Gerais (principalmente), Rio de Janeiro e São Paulo.  

Em pouco tempo se alcança a Cachoeira do Tobogã. Normalmente é uma das mais visitadas de Paraty, mas estava ali, todinha para nós.  Seu principal atrativo é a grande pedra lisa por onde corre o fluxo de água, formando um grande tobogã, onde se pode escorregar até cair em uma piscina natural. Eu preferi pular essa parte do escorrega, mas a Alegria não dispensou uns mergulhos. Depois, seguimos para o Poço do Tarzan, que fica logo acima do Tobogã. A trilha que liga as duas cachoeiras é bem tranquila, sendo preciso somente algum cuidado por conta de pedras escorregadias no caminho. Para chegar até o Poço do Tarzan, é preciso atravessar uma pequena ponte pênsil de madeira, por cima do rio – o que não deixa de dar mais um ar aventureiro ao passeio. Uma bela cachoeira que desemboca num poço de profundidade variada (alguns pontos mais rasos, outros não tanto) e, juntos, formam um ótimo local para um mergulho restaurador. Não estava calor, mas, como eu dificilmente nego um banho de cachoeira, resolvi nadar junto com a Alegria. Uma pedra de 10,80 metros de altura completa o cenário. Ali, ao lado, o Restaurante Poço do Tarzan serve bebidas, lanches e refeições. Mais uma vez, demos a sorte de termos o local exclusivamente para nós.  

Trilha para a Cachoeira da Pedra Branca
Poço da Usina e cascata e poço superior
Paraíso todo nosso!!
Mergulho refrescante 

Nós e a natureza: conexão total!

Dali, seguimos para a cachoeira da Pedra Branca. Trata-se de uma das mais belas cachoeiras de Paraty, localizada dentro de uma propriedade privada, onde se paga uma taxa de R$ 5,00 para entrada e conservação do local (valor de julho/2017). Seguimos por uma pequena trilha, limpa e sinalizada, e, em apenas dez minutos avistamos o primeiro poço com a cachoeira principal. Conhecido como Poço da Usina, porque ali encontram-se as ruínas da primeira usina de força da cidade.  

A vista era de cair o queixo, mas, para ter acesso ao poço, era preciso descer alguns metros por um caminho lateral à cachoeira. Além disso, com 6 metros de profundidade, o local não inspirou muita confiança para descermos e nadarmos, uma vez que estávamos sozinhas (gostamos de aventura e adrenalina, mas somos conscientes). Fizemos somente uma parada para fotos e para apreciação e seguimos uma escadinha por cima da cachoeira (nesse trecho, é imprescindível colocar o cão na guia!), que nos levou a um segundo poço com uma cascata mais amigável. Ficamos por lá... e ficamos, ficamos...até bater a fome e nos darmos conta de que já estávamos ao meio da tarde e ainda não havíamos almoçado.  

Partimos da cachoeira para a praia. Eis aqui um dos pontos encantadores de Paraty: você vai da água doce para a salgada, das montanhas para o litoral, da cachoeira para o mar... em questão de minutos.  



Caminhada na Praia do Jabaquara e paradinha para almoço


La Luna Bistrô: comida boa, visual incrível e hospitalidade animal

Fechando o dia com as patas na areia

A belíssima baía de Paraty possui cerca de 60 praias, sendo algumas com acesso por carro, outras por trilhas e muitas com acesso apenas por barco. Próximas ao Centro Histórico, temos a Praia do Pontal (aquela que está a apenas 200m da Pousada Pontal Gardens) e a Praia do Jabaquara. Foi nessa segunda opção que decidimos finalizar nosso dia.

Popular entre os moradores, a Praia do Jabaquara tem acesso fácil, mar calmo e diversos quiosques e restaurantes. Ideal para velejar, andar de pedalinho, caiaques e SUP, atrai famílias com crianças, pois não possui ondas. Em uma das suas extremidades, desagua o rio Jabaquara, deixando a água do mar escura e o fundo lodoso, onde se encontra a famosa lama de propriedade medicinal. Fizemos uma pequena caminhada pela extensa faixa de areia e encontramos muitos outros tutores passeando com seus mascotes, tranquilamente. Fomos até o La Luna Bistrô, onde ali mesmo, pés e patas na areia, vista para o mar, paramos para almoçar e finalizar o nosso dia.  

Ponta para zarpar: Protetor solar Pet Society, Repelente Preserva Mundi e toalha T4P


Na manhã seguinte, estávamos ansiosíssimas para zarpar no nosso passeio de barco. Existem duas maneiras de fazer um passeio de barco em Paraty:  A primeira é nas escunas, com capacidade para até 150 passageiros, onde os passeios duram, em média cinco horas, com roteiros pré-definidos, musica alta, serviço de bordo e, muito provavelmente, não aceitarão o seu mascote. A segunda opção é contratar uma embarcação exclusiva para você e o seu mascote e montar o seu roteiro de acordo com o que vocês irão curtir e também com alguma avaliação sobre as frequências dos locais, para que vocês consigam fazer paradas mais tranquilas e legais para o seu pet.  Obviamente, escolhemos a segunda opção. 

Pode zarpar, capitão!

Visual da baia de Paraty

Guiadas, num roteiro exclusivo, sugerido pelo simpático marinheiro Sr Irenio, um dos poucos barqueiros pet friendly de Paraty - que faz parte da preciosa listinha de sugestões do pessoal da Pontal Gardens (olha nós aqui de vips outra vez!), saímos ali do canal da cidade em direção ao nosso dia de aventura no mar. A embarcação simples, mas muito bem conservada e limpa, não tinha banheiro, mas dispunha de cooleer para levarmos bebidas, colete salva-vidas e snorkel... além de muita gentileza e simpatia do Sr Irenio.  E o melhor de tudo, estava todinha disponível para nós e seguiria rumo às praias que escolhêssemos.  

Essa parte da escolha foi um pouquinho difícil. Afinal, a baía de Paraty abriga mais de 60 ilhas paradisíacas e 90 praias irretocáveis de areias brancas e mar cor, hora azul, hora verde.
  


Praia de Jurumirim
Imagens que conseguimos das tartarugas
Uhuuuu, a praia de Amyr Klink é nossa!!!

Paraiso em meio às montanhas e Mata Atlântica

Dá pra ficar aqui o dia todo?!

Nossa primeira parada foi na Praia de Jurumirim. E, vou te contar, a minha vontade era dispensar todo o resto do roteiro e passar o dia todinho lá naqueles 2 a 3 metros de faixa de areia, rodeada por montanhas e Mata Atlântica. E, além de nós, os únicos seres que deram as caras foram um gatinho que dormia em baixo de uma árvore e duas tartarugas que colocaram rapidamente a cabeça para fora d´água numa velocidade que nem me deu chance de tirar uma foto. Não dizem que tartarugas são lentas? ahahaha Pois é, aquele pedaço de paraíso, de águas tranquilas, pertence à família do navegador Amyr Klink (e foi de onde ele iniciou sua viagem para a Antártica) e serve de habitat para as tartarugas de Pente, uma espécie em extinção no mundo.  Nós desembarcamos, corremos um pouco pela areia e mergulhamos. Mas o passeio precisava continuar.  


Parada para conhecer o Engenho de 500 anos


Na próxima parada, o Sr Irenio decidiu os mostrar um moinho de um dos primeiros engenhos de cachaça da região.   Ele não sabia explicar muito bem a história, só sabia que tinha mais de 500 anos. Ficava numa praia, não muito conhecida, onde paramos o barco e entramos num pequena trilha na mata... e lá estava ele, enorme, de ferro, quase se fundindo com a vegetação que já tomava conta, e a poucos metros do mar. Não sei como conseguiram levar aquilo para lá há tantos anos atrás, nem como esse engenho funcionava ali. Mas a imagem era impressionante.  


Simbora pra próxima parada

Ilha da Pescaria: Alegria dividindo os biscoitos com os peixinhos
Dali, seguimos para a Ilha da Pescaria, um local digno de marajá, com cinco casas construídas e um heliporto – segundo informações, de propriedade de Cid Ribeiro, diretor da LG. Mas, como a maioria das ilhas pertencentes a nomes famosos e endinheirados ali da baia, os que frequentam mesmo os locais acabam sendo os caseiros. Pois seus donos mal aparecem por lá... Não há desembarque na ilha. Ali, a parada é para mergulhar e nadar com os peixinhos que surgem assim que o Sr Irenio joga farelos de biscoitos na água. A Alegria não sabia se pulava no mar ou se roubava um biscoito da mão do Sr Irenio ahahah. Eu confesso que fiquei um pouco receosa, pois o mar estava bastante mexido e agitado e nadar em alto mar é algo que não me deixa exatamente confortável. Eu adoro banho de mar, desde que meus pés alcancem a areia. Mas, normalmente, prefiro me arrepender de ter encarado, do que amargar o arrependimento de ter deixado a oportunidade passar. Então, coloquei o colete e o snorkel e mergulhei. A Alegria veio logo depois de mim e me dei conta de que era a primeira vez que a minha filhota fazia um passeio e nadava em alto mar. Estar de colete, para ela, também foi importante, pois assim ficamos as duas mais tranquilas.

Quando fizemos o passeio, assim como na maioria dos lugares onde paramos, só tínhamos nós, mas durante a alta temporada os barcos chegam a fazer fila para que os visitantes possam mergulhar com os peixinhos ali. Por isso que eu amo baixa temporada!

Pois é, a experiência não foi das mais legais, nem para mim nem para a Alegria, por conta da agitação do mar e logo voltamos para o barco e seguimos viagem até a Lagoa Azul.  Cercado por rochas e mata verde, o local é uma grande piscina natural repleta de vida marinha. O tom da água que dá nome ao lugar é tão intenso que impressiona. Desembarcamos, nadamos, tiramos fotos e seguimos rumo a Paraty Mirim, na Praia do Cruzeiro, de onde sai a trilha para o Pão de Açúcar. Nossa idéia era subir no pico mas, infelizmente, quando chegamos, não havia nenhum guia para nos acompanhar e o Sr Irenio me desencorajou ir sozinha. Deixamos para a próxima visita a Paraty.

Lagoa Azul

Praia Vermelha - Paraty 

Com mais um amigo caiçara, curtindo o final do dia na Praia Vermelha
Nossa última parada, a Praia Vermelha é uma bela praia com areias avermelhadas, com acesso apenas por barco. Um dos pontos de parada das escunas, pois oferece uma estrutura com restaurantes para refeições e bares com cadeiras e mesas à beira-mar. Ali, nosso barco parou a certa distância e um barquinho menor, do Restaurante Bambubar, veio nos pegar para levar até a areia. Havia algumas pessoas na praia, mas bem poucas. Alegria logo se enturmou com um cãozinho caiçara e correram muito, brincando na areia e no mar, sem ninguém se importar. A comida não é muito barata (o problema dos lugares muito turísticos), pode-se pagar R$ 65 por um PF!! Mas come-se muito bem e os frutos do mar são fresquinhos. Sem falar no visual que se tem enquanto se come.  

E nosso dia estava chegando ao fim. Cerca de quase 8 horas de passeio e quase não vimos o tempo passar. Na volta, nosso gentil marinheiro ainda fez questão de parar junto a um barco pesqueiro e me fez uma linda e deliciosa surpresa: pegou com o colega um balde cheinho de camarões e me deu de presente!!! Vou comer camarão até a próxima visita a Paraty, por conta do Sr Irenio.  


Trilha no Manguezal, em Paraty-Mirim

Praia de Paraty-Mirim (point secreto rss)

Cash, me apresenta o refúgio da família em plena baía de Paraty

Cães ao marrrrrr!
E, no nosso terceiro dia em Paraty, muitos eram os planos de passeios. Havíamos pensado em explorar a região de Trindade, mas soubemos que lá, por ser uma área de proteção ambiental, não permitiam o acesso de animais domésticos, sob risco de multa. Mas o que mais me preocupou mesmo, foram as informações sobre a incidência de leishmaniose na região. Abortamos o roteiro, joguei todos os planos para o alto e me deixei levar pelas gratas oportunidades que o destino me presenteia. O Rony e o Fernando (proprietários da Pontal Gardens) nos convidaram a conhecer um cantinho muito especial deles e do Cash: uma casa, no alto da montanha, na praia de Paraty-Mirim. E nós aceitamos! Passamos um dia maravilhoso, fizemos uma trilha em meio ao manguezal e a Alegria e o Cash se divertiram horrores na praia e no píer privativo da casa.  Ao voltarmos, almoçamos no Quiosque Cheiro de camarão, na Praia de Corumbê. 


Praia de São Gonçalo: tatu ou cachorro?!

Farofeira canina kkk

Oieeeee!

No dia seguinte, nosso último dia em Paraty, mais uma vez, Rony, Fernando e Cash, nos fizeram companhia, desta vez para conhecermos um pouquinho mais das praias “locais”. Passamos a manhã na Praia de São Gonçalo, uma extensa praia de onde saem barcos que levam turistas para a Ilha dos Pelados. Os cães ficaram brincando na área e nadando no mar, enquanto nós simplesmente curtíamos o momento. E finalizamos o dia e nossa estadia com um delicioso churrasco na casa de um dos amigos dos meninos e do Luciano, regado a vinho, música, papo legal, cachorros exaustos e uma vista animal!! Como não voltar a Paraty?!! 


Rony, Nando e Cash: nossos anfitriões especiais. Gratidão!



Veja o video da nossa Expedição Pet Friendly Paraty







SERVIÇOS:
POSTO ARCO –ÍRIS ROSEIRA (Pit Stop No km 82 da Rodovia Dutra, para quem sai de SP. Tem espaço pet friendly na praça de alimentação e banheiros que permitem a entrada dos pets)

POUSADA PONTAL GARDENS

RESTAURANTE CASA COUPÊ

RESTAURANTE VILLA VERDE

LA LUNA - BISTRÔ DE PRAIA

QUIOSQUE CHEIRO DE CAMARÃO


BARQUEIRO SR IRENIO: (24) 99943-7869 - WhatsApp - falar com a filha, Tiara. Indicação da Turismo 4 Patas ganha 10% de desconto

Larissa Rios