O surto de febre amarela
que vem acometendo alguns estados do Brasil tem deixado os tutores de animais de
estimação de orelhas em pé. Especialmente aqueles que vivem ou que frequentam
locais, considerados áreas de risco, com florestas e rios, onde o vírus e seus
hospedeiros e vetores costumam estar.
Sim, isso também nos preocupa,
claro. Afinal, estamos sempre desbravando trilhas no meio da mata e curtindo atividades
em meio à natureza, através das aventuras da Turismo 4
Patas. E pensando, não somente em nossa equipe, como também em nossos
clientes e nas muitas pessoas que nos escreveram pedindo dicas sobre como
proteger o seu mascote de ser infectado pela Febre Amarela, resolvemos fazer
uma pesquisa sobre o assunto e escrever esse artigo. Consultamos também médico
veterinário, Dr. Gabriel Seabra, da
Clinica Zoovet, especializada
no atendimento de animais domésticos e silvestres.
A primeira coisa que temos
pra te contar é: Relaxe, os cães (e os
gatos) estão livres deste risco!!
No entanto, os mesmos
mosquitos transmissores da Febre Amarela, também podem transmitir outras
doenças aos nossos amiguinhos. Então, é preciso, sim, proteger o seu peludo. E, claro, se proteger
também!
Existem dois tipos de
febre amarela a Urbana e a Silvestre.
A febre amarela Silvestre é transmitida pelo mosquito Haemagogus ou Sabethes,
porém esses mosquitos não transmitem nenhuma doença aos pets. Já a febre
amarela urbana é transmitida pelo mosquito Aedes
aegypti (sim, aquele famoso
por conta da transmissão da dengue, Zika ou Chikungunya em humanos) e, neste caso, devemos ter uma atenção
especial. Além de transmitir a dengue para os humanos, o Aedes aegypti pode infectar aos cães e
gatos com a Dirofilariose, popularmente conhecida como “verme do coração”.
“A dirofilariose pode ser detectada por exame de sangue e tem tratamento, porém traz um risco potencial a saúde dos cães e gatos”, diz o Dr Gabriel Seabra, lembrando que a doença pode ser prevenida por meio do uso de medicamentos via oral e tópico, sempre com supervisão do medico veterinário de confiança.
A grande diferença entre a FAS (febre amarela silvestre)
e a FAU (febre amarela urbana) são os atores do ciclo de transmissão: os VETORES,
que no caso da FAS é o mosquito Haemagogus
ou Sabethes e no caso da FAU é o Aedes aegypti; e
os HOSPEDEIROS que são os macacos para a FAS e os humanos para a FAU. Ao
picar um macaco ou um humano doente, o mosquito adquire o vírus e, depois de
alguns dias, passa a ser capaz de transmitir a febre amarela a outros macacos
ou humanos.
Portanto,
a doença não é contagiosa, ou seja, não há
transmissão de pessoa a pessoa e nem de animais às pessoas. É transmitida
somente pela picada de mosquitos infectados com o vírus da febre amarela.
É
importante que isso fique claro, pois temos visto muitos casos de macacos sendo
agredidos e mortos por pessoas em parques e florestas pelo país. Tudo isso
devido à desinformação ou à comunicação errônea dos fatos. Os MACACOS NÃO são os vilões da história. Nesse caso, eles estão na
mesma posição que nós, os humanos que os agredimos.
Como podemos ver, a febre
amarela não atinge somente nas áreas rurais. Ela também está presente nas grandes capitais
urbanas como São Paulo, Salvador, Belo Horizonte, etc. As matas, florestas, rios, cachoeiras e parques podem
se tornar um ambiente propício para a proliferação dos mosquitos, tanto quanto
os recipientes de água parada que nós mantemos descuidadosamente em nossas
casas. Portanto, o controle dos mosquitos é de responsabilidade de todos.
Qualquer pessoa não vacinada, independentemente da idade ou sexo, que se
exponha em áreas de risco, pode contrair a doença e, num prazo entre 3 a 6 dias
após ter sido infectada, apresentar sintomas como: febre, calafrios, dor de
cabeça, dores nas costas, dores no corpo, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza.
A maioria das pessoas melhora após os sintomas iniciais, aproximadamente 15% evoluem
para uma fase mais grave da doença e, cerca de 20 a 50% dos casos graves podem
ir a óbito.
Não há tratamento específico contra a doença. Os sintomas são tratados com
analgésicos e antitérmicos, evitando os Salicilatos (AAS e Aspirina), pois o
uso pode favorecer manifestações hemorrágicas.
Ficou claro?
Então, confere aqui mais algumas dicas e informações importantes:
2)
A forma de se proteger da febre amarela é por
meio da vacinação. A vacina deve ser administrada pelo menos 10 dias antes do
deslocamento para áreas de risco, principalmente, para os indivíduos que são
vacinados pela primeira vez. O Ministério da Saúde realizará, a partir de
fevereiro, uma campanha de vacinação terá dose fracionada de febre amarela em
três estados considerados mais críticos (SP, RJ e BA), mas a vacina também está
disponível durante todo o ano nas unidades de saúde e em clinicas particulares.
Mas, ATENÇÃO, a vacina é contraindicada para pacientes em tratamento de câncer,
pessoas com imunossupressão e alérgicos à proteína do ovo. Também não se pode
doar sangue por um período de quatro semanas após receber a dose da vacina. Saiba
onde se vacinar em SP, RJ e BA
3)
Ao apresentar algum dos sintomas mencionados,
procure um médico na unidade de saúde mais próxima e informe sobre qualquer
viagem ou atividade de risco feita em até 15 antes do início dos sintomas. A
observação da morte de macacos assim como a picadas de mosquitos nos lugares de
exposição devem ser informados ao médico assim como sobre o histórico do uso
(ou não) da vacina contra a febre amarela.
4)
É importante ficar ligado nos possíveis meios de atração
de mosquitos para dentro de casa, e um deles pode ser o recipiente de água dos
pets. Deixar a água do potinho parada por muito tempo não é indicado: troque-a
várias vezes ao dia ou ofereça a água em horários específicos, evitando assim
acumular larvas do mosquito. Isso vale para qualquer outro local ou recipiente
que possa acumular água parada.
5) Para proteger o seu pet dos mosquitos, é
indicado o uso de repelentes próprios para animais, feitos à
base de óleos naturais como os de neem (aqui, no Brasil, temos os da Preserva
Mundi), eucalipto-cidró (também conhecido como eucalipto-limão), canela, cedro,
etc. A dição de alho, para quem é adepto da alimentação natural para pets, dá
um reforço. Também já são encontradas no mercado roupas repelentes, cujos
modelos variam de regatas a bandanas. E,
ainda, existem as já conhecidas medicações em forma de ampolas, coleiras ou mastigáveis.
Converse com seu vet de confiança para saber a melhor opção para seu mascote.
Saiba mais informações sobre a Febre Amarela no Portal do Ministério da Saúde
Larissa Rios