Campos do Jordão (SP) |
Campos do Jordão está localizada a cerca de 167 km de
distância da capital paulista. Conhecida como um dos principais destinos de
inverno do país, costuma ficar lotada nos meses de junho a agosto, quando as
temperaturas climáticas podem chegar a -5ºC, mas as ruas da cidade fervem com
diversos eventos culturais e gastronômicos, especialmente nas ruelas que ficam
na pequena Vila Capivari e que concentram os principais restaurantes e lojas da
cidade.
Assim como Monte Verde (MG), Extrema (MG) e outros destinos semelhantes,
o clima de montanha da cidade foi considerado tempos atrás como o melhor do
mundo para o tratamento de doenças respiratórias (as outras cidades também
defendem o titulo, mas não sei quem é mesmo legitima). Desde então, pela sua
arquitetura e pelo clima mais frio, Campos do Jordão é chamada de “Suiça
brasileira“ e passou a atrair cada vez mais turistas, espalhando sua fama.
Confesso (como se vocês, leitores, já não houvessem notado) que não é
muito nosso perfil (nem meu, e muito menos da Alegria) essa coisa de ficar
batendo perna em lojinhas ou passar horas sentadas nas mesas dos restaurantes.
A gente vai, conhece, registra e passa tempo suficiente para ter informações
úteis para agregar ao roteiro que transmitimos para vocês. E pronto!
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Choperia Baden Baden |
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Safari Restaurante |
Logo no primeiro dia, demos uma voltinha pela vila e conhecemos alguns
restaurantes onde os pets são bem-vindos. A famosa casa alemã Baden Baden (sim, da cerveja), fica bem no miolo do
centrinho e aceita pets de todos os portes nas suas mesas externas. A casa é
uma mistura da culinária típica alemã com uma choperia tradicional e, aos
finais de semana e na temporada, costuma ser bastante agitada a movimentação
por lá. Palco de confraternizações, encontros e eventos, talvez nestas
ocasiões, não seja muito indicada para quem está com pets, especialmente os de
grande porte, pois o espaço entre as mesas é meio apertado. Mas, num dia
qualquer, como o que nós escolhemos, nos atendeu super bem. Pedi um misto de
salsichas com molho de mostrada e mel, acompanhado de um chopp (claro!),
enquanto a Alegria recebia água fresca e curtia a movimentação dos cães nas
ruas da vila. Sim, Campos do Jordão tem bastante cães de rua, mas não vi nenhum
em estado critico (ao contrário, alguns até estavam bem fortinhos) e todos
muito tranquilos, quando se aproximavam era apenas por curiosidade ou na
tentativa de levar um pedaço de salsicha (o que frequentemente conseguem com os
clientes, por isso estão tão gordinhos).
Cheguei a perguntar a algumas pessoas sobre a questão dos cães de rua e
o que me contaram foi que, como Campos é o município mais desenvolvido da
região e tem mais estrutura, os municípios vizinhas, por vezes, “desovam” seus
cães de rua lá na cidade. Eles vão ficando e acabam sendo “adotados” pelos
comerciantes que lhes oferecem água e alimento.
Bom, além do Baden Baden, o Safari Restaurante e Bar e o Villa di Phoenix, que estão ali do ladinho, também aceitam
pets. Na verdade, opções de restaurantes pet
friendly em Campos não faltam. Muitos possuem mesas externas onde não se
opõem à permanência dos animais. Vocês podem acessar o site da Turismo
4 Patas e
utilizar a ferramenta de busca para encontrar outros locais.
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Vista da Cidade do Morro do Elefante |
Da Vila Capivari, fomos até o Morro
do Elefante, um dos mirantes mais visitados de Campos do Jordão. Ele fica a
apenas 10 minutos partindo de carro da vila e também pode ser acedido pelo
Miniférico – aquelas cadeirinhas que transportam as pessoas morro acima e morro
abaixo. Mas não dá para fazer isso com pets. Então fomos de carro mesmo. Lá de
cima, uma vista panorâmica da cidade que, sinceramente, não me impressionou.
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Parque Amantikir |
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Labirintos |
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Jardim Japonês e Jardim Chinês |
Saímos de lá a tempo de conhecermos um lugar que eu queria muito: o Parque Amantikir. Poucas pessoas sabem que o Amantikir é pet friendly, mas nós pesquisamos, fomos
lá conferir e, de fato, não há nenhuma restrição aos animais. Todos os portes
são bem vindos, fomos recebidas de forma muito simpática e as únicas regras
eram: manter o cão na guia e recolher os dejetos. E pronto, seus belíssimos
jardins estavam ao nosso dispor. O lugar está em meio a Serra da Mantiqueira e
abriga cerca de 22 tipos de jardins inspirados em 12 países, onde cada um
mostra uma cultura diferente. São mais
de 700 espécies de plantas e flores, em espaços para contemplação da natureza e
da arte da jardinagem. Tem jardim Alemão, Francês, e até Austríaco. Os habitués
Jardins Chinês e Japonês (que encontramos em muitos jardins de contemplação
pelo mundo) e até um labirinto, de onde levamos algum tempinho para
conseguirmos sair. Um passeio que, definitivamente, vale a pena. Estávamos eu,
a Alegria e um pequeno grupo de turistas e a tranquilidade nos fez sentir em
harmonia com toda aquela natureza e a paz do lugar. Não sei como é nas
temporadas.
E, para nós, o que realmente interessava na parte da cidade foi visto.
Depois disso, o que a gente queria mesmo era colocar os pés e as patinhas nas
trilhas, nos embrenharmos pelas matas, sentir o gostinho da adrenalina nas
veias e dar vários mergulhos. É isso o que a gente gosta. É isso o que nos
move. E, pra não fugir do habitual, foi nisso que focamos em nossa expedição pet friendly a Campos do Jordão.
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Surya Pan Hotel & Eventos |
Primeiramente, não podemos deixar de dedicar alguns parágrafos ao Surya Pan Hotel &
Eventos, onde
ficamos hospedadas e aproveitamos o tempo para prestar uma consultoria pet friendly. Não que eles estivessem muito
necessitados – afinal, o hotel já recebe hóspedes com pets há alguns anos e são
extremamente hospitaleiros seja em sua estrutura ou no atendimento-, mas é
sempre bom aprimorar, ainda mais num mercado em plena expansão e crescimento,
como é o mercado pet friendly hoje,
verdade? Então, o que já era muito bom pra cachorro, promete ficar melhor
ainda, depois da nossa visita. Em breve, o Surya Pan terá algumas opções de serviços exclusivos
para os pets, será cenário de alguns eventos animais e colocará em
funcionamento um restaurante especializado em hambúrgueres.
Para vocês terem uma idéia, a hospitalidade animal ali já começa com a
fofura da mascote Sininho – uma SRD de cerca de 14 anos, que nos recepciona e
acompanha em alguns momentos da estadia (quando não está tirando sua soneca no escritório
do hotel). Pets de todos os portes são aceitos, ficam muito bem acomodados em
qualquer das duas opções de chalés disponíveis e podem circular livremente por
praticamente todas as áreas do hotel, exceção da área da piscina e do
restaurante, onde podem ficar sim, porém mantidos nas guias, por razões óbvias.
E área para nossos mascotes explorarem é o que não falta! O hotel está privilegiadamente
localizado dentro de uma RPPN (Reserva Particular de Patrimônio Natural) com,
nada mais nada menos que, 48mil m² de Mata Atlântica. Ou seja, é natureza para
todos os lados que se olhe e isso inclui também os animais que ali vivem.
Alguns trechos desta reserva podem ser percorridos pelos hóspedes num circuito
de 8km de trilhas internas e autoguiadas, onde nos deparamos com diversas
surpresas como o Bosque Mágico (com piscina natural), platôs / mirantes, a
gruta Útero de Gaya, etc. Uma trilha de nível intermediário (talvez custe um
pouquinho mais para os iniciantes), mas muito deliciosa de percorrer.
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Chalé aconchegante e espaçoso |
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Hospitalidade animal nos detalhes e na Sininho |
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Paz e natureza |
A atmosfera do hotel convida a, de fato, integrar-se com a natureza. Ali
somos inspirados a relaxar, diminuir a velocidade, curtir o presente e cuidar
do nosso corpo e nossa mente.
O momento mais gostoso do dia era curtir o pôr-do-sol no deck da super
piscina, com vista para a Pedra do Baú e debruçadas sobre a Serra da
Mantiqueira. Eu já achava que o sol oferecia um dos maiores espetáculos da
terra ao se despedir, mas ali o show fica ainda melhor.
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Meditação e Conexão |
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Trilha |
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Cascata Útero de Gaya |
E, por falar em Pedra do Baú... a fantástica formação rochosa que pode
ser avistada lá do Surya Pan destaca-se entre a exuberante Mata
Atlântica. Ela também pode ser avistada de diversas
cidades da Serra da Mantiqueira (Campos do Jordão e Santo Antônio do Pinhal),
Vale do Paraíba (Taubaté) e Sul de Minas Gerais (Gonçalves e Sapucaí Mirim).
Considerada um dos principais atrativos dos roteiros de ecoturismo e do turismo
de aventura (a parte que a gente gosta!! Ehehe) de Campos do Jordão, na verdade
pertence mesmo ao município de São Bento
do Sapucaí região, que fica a 21km da vizinha mais famosa. A Pedra do Baú faz
parte de um complexo particular de preservação permanente que leva seu nome (Complexo do Baú) e divide o espaço com
mais dois picos: a Pedra do Bauzinho e a
Ana Chata.
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Entrada para o Complexo do Baú e informações sobre as trilhas |
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Trilhaaa! |
Do topo da Pedra do Baú pode-se apreciar a impressionante vista de 360
graus, porém, por questões de segurança, infelizmente, não pudemos conferir
esse visual. Viajar com cachorro é maravilhoso, mas exige responsabilidade e
prudência. Às vezes, precisamos abrir mão de algo da programação para garantir
a segurança e o bem-estar deles. Eu sempre digo que “o programa tem que ser seguro, agradável e divertido para todos”.
Do contrário, não leve seu cão. Para
alcançar o topo da Pedra do Baú, é preciso escalar até 400 metros de paredes
bem verticais e subir por escadas metálicas com cerca de 600 degraus feitos de
grampos cravados na rocha. Isso exige, além de acompanhamento profissional com
especialistas em escalada esportiva, bastante disposição e coragem... itens
que, definitivamente não nos faltavam – nem a mim e nem à Alegria-, mas, ainda
que a minha cãopanheirinha venha se tornando uma montanhista animal
surpreendente, achei que essa parte da aventura ai seria um tanto quanto over para um cão. Mesmo para ela.
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Mirante para a Pedra do Bauzinho |
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Com a mamys e o Tio Fabrício (Baú Ecoturismo) |
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Pedra do Bauzinho lá atrás |
Mas quem disse que ficamos sem adrenalina?! Muito bem
acompanhadas e assessoradas pelo guia Fabrício, da Baú Ecoturismo, seguimos a
trilha do complexo que nos levaria até a pedra Ana Chata. Antes, demos uma
passadinha no Bauzinho, que é acessível, sem grande esforço físico, com uma
pequena caminhada de cerca de 10 minutos (ou menos) a partir do estacionamento.
Lá, é possível ver a Pedra do Baú bem de frente. Uma belíssima vista de uma
altura considerável. Nada de soltar seu peludinho da guia, hein?!
Seguimos a trilha para o topo da Ana
Chata. Segundo as escalas do complexo, essa é uma trilha considerada nível
Moderado, com cerca de 4km de extensão, que pode ser percorrida em 2 horas.
Eles dizem ter sinalização para seguir, caso se percorra por conta. Eu vi essa
informação em alguns blogs também. Mas... vos dou aqui, mais uma vez, minha
opinião de praticante de trekking com alguma experiência, especialmente no que
se trata de aventuras com cães. A assessoria e acompanhamento de um guia
experiente e familiarizado com o lugar faz toda diferença. Se for alguém amante
dos animais, melhor ainda! O Fabricio tem dois cães, faz aquele roteiro muitas
vezes a cada mês e é dono de uma das principais agencias de ecoturismo e
aventura da região. Isso me deixou super tranquila para curtir o meu momento
com a Alegria e registrar nossa experiência, em vez de ficar me preocupando com
o caminho a seguir e possíveis imprevistos. Especialmente quando chegamos na parte
da via ferrata e da caverna (explico mais adiante).
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Trilha nível intermedário |
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Trechos de Via Ferrata |
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Hora de escalar |
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Apoio e equipamentos essenciais para a escalada e até travessia de caverna em segurança |
E quando ao nível de dificuldade da trilha, achei um tanto quanto
puxadinha. Por mata fechada, o terreno apresenta alguns trechos de inclinações
que, especialmente na volta, me obrigaram a fazer algumas paradas para retomar
o fôlego. Fizemos o percurso em cerca de 3:30hs (ida e volta), contando com
paradas, trechos mais complicados para passarmos a Alegria e tempo de descanso
e contemplação lá em cima.
A trilha em si, não apresentou grandes desafios, além dos trechos mais
íngremes. Mas a poucos metros do pico, precisamos lançar mão, dos dotes de
escalada recém adquiridos em nossa expedição a Monte Verde (MG).
Eu tinha lido, nas placas que davam informações sobre as trilhas, na
entrada do parque, dentre as legendas o item “Via Ferrata”. Mas confesso que
nem me atentei a perguntar o que seria. Pois bem, muito prazer, dona Ferrata...
Em linguagem técnica. Via ferrata (expressão do
italiano que significa algo como "caminho de ferro") é o itinerário que conduz o
alpinista pela parede rochosa, ou em área de crista, a qual é preventivamente
equipada com materiais metálicos. Em linguagem popular mesmo, são degraus de
ferro encravados na rocha que permite ao montanhista realizar aquele trecho
como se estivesse percorrendo, literalmente, uma escada, em vez de fazer em
escalaminada (subida em pedras que necessitam o apoio das
mãos).
Na prática, isso torna o montanhismo mais
fácil para os praticantes amadores em alguns roteiros. Mas não significa que
sejam dispensáveis as regras e equipamentos de segurança. Normalmente, o montanhista que
quer atravessar uma via ferrata necessita apenas de um capacete de proteção
contra pedras que podem cair do alto e um cinto de segurança para ser preso no
cabo de aço através do mosquetão. Mas estávamos somente nós e os trechos de via
ferrata que iríamos percorrer eram curtos. Nossa maior dificuldade mesmo foi
auxiliar a Alegria neste desafio. Mais uma vez, o colete dog adventure da Alcott Gear foi essencial
para içarmos ela nos degraus das vias ferratas. E a danadinha não só curtiu
como colaborou em todas as travessias. Só ficou com um pouco de medo mesmo
quando tivemos que cruzar a mini caverna, já quase no pico da montanha, e nos
deparamos com alguns morcegos meio agitadinhos. Mas seguimos em frente e, no
final, nos deparamos com um mirante espetacular a 1.700 metros de altitude que,
em dias de sol, oferece uma das melhores vistas da Pedra do Baú. Nosso dia
estava um pouquinho nebuloso, mas curtimos de qualquer forma nosso tempo lá em
cima, admirando a vista da cidade e da serra. A gente já tinha se deliciado
mesmo com a vista da Pedra do Baú lá do hotel...
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Chegando no topo da Ana Chata |
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Visual incrível! |
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Descanso merecido com a mamys |
Para recompensar, assim que finalizamos a trilha de
volta da Ana Chata, seguimos para a Cachoeira
dos Amores. Uma queda d´água tranquila, com um pequeno poço na parte de
cima e uma prainha em baixo. Perfeita para dar um merulho ou relaxar um
pouquinho com o barulho da água. Fica dentro de uma propriedade privada e
paga-se uma pequena taxa para entrar. Lá tem algumas trilhas, mas nós só
queríamos mesmo era ficar por ali...
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Prainha da Cachoeira dos Amores |
Valeu, mamys!! |
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Restaurante Café com Arte |
Ultima parada, para almoço no restaurante Sabor com Arte, bem na saida da
cachoeira dos Amores, retornando para a rodovia. Um lugar aconchegante para
comer e descansar à sombra de uma árvore frondosa e ainda com vista para Pedra
do Baú. A truta é a especialidade da casa, mas tem outros pratos e uma
hospitalidade animal incrível.
Assim nos despedimos da nossa Expedição Pet
Friendly em Campos do Jordão, com extenção em São Bento do Sapucaí (SP).
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Pedra do Baú |
SERVIÇOS:
Telefone (12) 9737-5968/ 9623-1620
E-mail: contato@bauecoturismo.com.br
APOIOS À NOSSA
EXPEDIÇÃO PET FRIENDLY:
Alcott Gear – Peitoral dog
adventurer
Preserva Mundi – Repelente Repel
Neem
Pet Society - Protetor Solar
e Pet Glove para patinhas
Megamazon – Shampoo,
Condicionador e body splash (banho seco)
Pet Delicia – Alimentação
natural para viagens e aventuras da Alegria
VEJA NOSSO VÍDEO