Paraty, para mim, para pets |
Sabe aqueles lugares que te dão a sensação de
que foram feitos para você? Pois é, assim é a cidade que fica a cerca de 260 km
da capital do Rio de Janeiro (e a aproximadamente 290 km de São Paulo). Um dos destinos turísticos mais visitados do estado
Rio de Janeiro. O lugar aonde você chega e tem absoluta
certeza de que ele foi feito “para ti”... eheheh Pegou o espírito da coisa?!
Pode ser uma piadinha piegas. Mas, pieguices
à parte, a verdade é que foi essa a sensação que tomou conta de nós assim que
chegamos em Paraty. Eu e a Alegria nos sentimos em casa e absolutamente
integradas àquele lugar. Tanto é que, como em poucas vezes me permito fazer,
joguei todo o planejamento prévio dessa nossa Expedição Pet Friendly para o alto e me deixei levar pelas
oportunidades e sugestões que iam surgindo a cada dia que acordávamos lá.
Começando pela nossa permanência que, a princípio, seria de apenas 3 dias e acabou
se estendendo por uma semana (e a vontade era de ficar um mês, um ano ou até,
quem sabe, arrumar as malas e mudar de vez). Ok, com certeza a recepção e a
acolhida dos meninos da Pousada Pontal Gardens fez toda a diferença (já já contaremos
melhor sobre isso). Sim, ter um gostinho do que vem a ser a vida local, também
nos maravilhou. Sem dúvidas, chegar naquelas praias e cachoeiras paradisíacas e
ter tudinho praticamente privativo para nós (fenômeno possível apenas na baixa
temporada) alimentou o nosso sentimento de integração. Encontrar pessoas com
nível elevado de gentileza, que contribuíram de diversas formas com as nossas
experiências, complementou o nosso encantamento. Mas... a facilidade (e, melhor
ainda, a naturalidade) com que a Alegria pode transitar em todos os lugares por
onde passamos, sem nenhum olhar atravessado, sem parecer que estávamos
invadindo o espaço alheio, sem a necessidade de nos encolhermos em algum
cantinho para não incomodar ninguém... Ah, isso foi a cereja do bolo!!
Chegamos em Parati e fomos diretamente fazer
nosso check in na Pousada Pontal Gardens. Sabe aquele lugar que parece que te faz
parar o tempo? Eu não disse “parar no tempo” e sim “parar o tempo”. É isso
mesmo, um lugar que te dá vontade de parar tudo, sentar numa daquelas poltronas
confortáveis, pegar um livro (se você não levou, pode pegar emprestado lá mesmo)
e ficar ali, horas, somente ouvindo o barulho dos muitos pássaros que tomam
conta da área comum, enquanto bebem água ou beliscam frutas carinhosamente
colocadas todos os dias para eles. A pousada é pequenina – apenas 6
confortáveis suítes, com diferentes layouts,
todas com frigobar retrô Brastemp e quintalzinho -, sem grandes pretensões em
termos de áreas de lazer (não tem piscina, sala de jogos, quadras, nada disso),
mas gigantesca nos quesitos charme e hospitalidade. Fruto da realização de um
sonho e da busca por uma vida com mais qualidade do casal Rony (chef de
cozinha) e Fernando (veterinário), o lugar é para ser curtido, sem pressa e sem
pressão de horários – a começar pelo café da manhã delicioso que é servido até
as 11hs da manhã. Lá, todos os portes de cães são bem-vindos, desde que dóceis
e sociáveis, com outras pessoas e com outros animais, e são recepcionados pelo
mascote Cash, um Labrador Retriever pra lá de “boa gente”. A localização é
perfeita, a apenas 200m da Praia do Pontal, a poucos passos do canal de onde
saem alguns passeios de barco e a 500m do Centro Histórico da cidade. Fomos
carinhosamente recepcionadas pelo Luciano, gerente da pousada (que pouco depois
se tornou o Lu).
Mas, assim que colocamos a bagagem no nosso super quarto, não
perdemos tempo e colocamos os pés e as patinhas para explorar aquelas ruas de
pedras irregulares (conhecidas como pé-de-moleque). Alias, fica aqui a dica:
prefira calçar tênis para caminhar pelas ruas de Paraty. Isso te dará mais
equilíbrio e protegerá dos tropeços. A circulação de veículos é proibida na
maior parte das ruas do Centro Histórico, por isso, a melhor forma de conhecê-lo
é mesmo a pé.
Antes do tour,
fizemos uma paradinha para almoço no restaurante Casa Coupê, que fica logo ali na Praça da Matriz (com
vista para a linda Igreja Matriz de Nossa Senhora
dos Remédios) e serve a melhor comida de bar da cidade. Aceita pets de todos os
portes nas mesas externas e, se necessário (como no nosso caso, que começou a
chover), não tem problema algum em acomodá-los no interior. Nos fizeram
companhia no almoço, o casal Hans e Ju, proprietários do Shambala Spa, que não é pet
friendly mas, como amantes de animais, torcem muito para que o turismo leve
cada vez mais o público pet para a cidade. Eles nos passaram dicas maravilhosas
de passeios na região.
A cidade que, durante o
período colonial brasileiro (1530-1815), foi sede do mais importante porto
exportador de ouro do Brasil (era de lá, que seguia para a Corte do Rio de
Janeiro, o ouro procedente de Minas Gerais), está localizada junto ao oceano e
entre dois rios (o Perequê-Açu e o Patitiba) e possui hoje cerca de 39.965
habitantes distribuídos em
aproximadamente cinquenta bairros e localidades – os principais são os de
Laranjeiras, Mambucaba e Centro Histórico.
Seus casarios
históricos, que mostram a herança portuguesa da época colonial do século 18, foram
requalificados como pousadas, restaurantes, lojas de artesanato e museus. Mas
não perderam a sua identidade, preservando a sua história e sua cultura nas
suas fachadas, no colorido, nos símbolos maçônicos e religiosos e em outros
detalhes. O que já lhe rendeu os títulos de “o conjunto arquitetônico colonial
mais harmonioso", pela UNESCO, e Patrimônio Nacional tombado pelo IPHAN.
Perder-se pelas ruas de
Paraty não é muito difícil (mas, sim, é delicioso), pois você segue andando,
entrando e saindo das lojinhas, tirando mil e uma fotografias, como se
estivesse num labirinto e, quando se dá conta, já se passaram horas. Existem
tours guiados pela cidade, mas, com as dicas valiosas do Hans e da Ju, e também
do pessoal da Pontal Gardens, preferimos “nos perder” por conta própria. Ah,
assim como em Monte Verde (MG), em Paraty você encontrará muitos cães nas ruas.
Por isso, o seu peludo precisa ser um animal tranquilo, dócil e sociável. Os “locais
caninos” são super de boa, nem se incomodavam com a nossa passagem. Todos bem
cuidados, com coleiras e percebemos que haviam recipientes com água e comida
para eles em muitos dos estabelecimentos. Á noite, alguns deles até são abrigados
nas lojas.
Matriz Nossa Senhora dos Remédios e Igreja Santa Rita de Cássia |
Começamos nosso tour independente pelo começo.
Ou melhor, de onde tudo começou: a Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, que
estava logo à nossa frente, na Praça da Matriz. Foi ali que, por volta de 1630,
em terras doadas por Dona Maria Jácome de Melo, iniciaram a construção de uma
pequena capela para Nossa Senhora dos Remédios, da qual ela era devota. E a
vila passou a crescer em volta da pequena capela que, mais tarde, foi demolida
e, em seu lugar, construída uma igreja maior, de pedra e cal, obra bastante
custosa que só terminou em 1712, com a ajuda financeira da piedosa senhora
Paratiense, Dona Geralda Maria da Silva, que por isto recebeu do Imperador Dom
Pedro II o título de Dona do Paço. Um detalhe curioso são as torres inacabadas
e o fundo da edificação por terminar. Acredita-se que isso aconteceu não só
pela falta de recursos e mão-de-obra escrava, mas também porque a igreja teria
afundado, inclinando-se perigosamente para frente, devido à inconsistência do terreno
onde foi construída.
Como já deve ter dado para perceber, a história de Paraty carrega uma forte influência religiosa, especificamente católica, vinda de Portugal. Além da Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Remédios, o Centro Histórico possui mais 3 igrejas: Igreja de Santa Rita de Cássia, Igreja de Nossa Senhora das Dores e Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Quando construídas, cada uma foi sendo destinada a uma camada da população: senhoras aristocratas, escravos, homens pardos libertos, etc.
Esta influência se traduz não só na
arquitetura, como também nas festas tradicionais que até hoje acontecem na
cidade histórica de Paraty, como: Festa do Divino, Corpus Christi, Festa de
Nossa Senhora dos Remédios, de Nossa Senhora do Rosário, etc.
Casarios coloniais de Paraty |
Paraty se escreve com I ou com Y?
Paraty, na língua tupi, significa
"peixe de rio" ou "viveiro de peixes", era o nome que os
índios guaianás davam ao local onde hoje se situa a cidade. Já “Parati” é uma
espécie de peixe da família das tainhas (Mugil Brasiliensis) e que, durante o
inverno, vem desovar e procriar nos rios que desembocam na baía de Paraty e
depois voltam ao mar.
Originalmente, o nome do município era
grafado com dois "i": Paratii. Posteriormente, já no século XVIII, os
colonizadores decidem manter o antigo nome indígena – com “Y”, que foi mantida
até 1943, quando a Convenção Ortográfica Brasil-Portugal suprimiu o Y do
alfabeto português.
Esta situação ambígua perdurou até 1972, quando o Senador Vasconcelos Torres,
atendendo às solicitações feitas pelas autoridades locais, apresentou ao Senado
Federal o Projeto de Lei no. 25, determinando que a grafia das cidades e
monumentos históricos "tivessem os seus nomes expressos na forma
ortográfica em que eram escritos antes de 18 de janeiro de 1944". A
Comissão de Educação e Cultura, através de seu Relator, o Senador Milton
Trindade, quanto ao mérito do projeto de lei, sugere: "...a nossa
impressão vai mais longe: nenhuma medida oficial, amparada ou não em lei,
conseguirá impedir que a grafia de determinado nome continue sendo escrita de
determinado modo, se, na verdade, O SEU REGISTRO É O QUE VEM DA TRADIÇÃO
HISTÓRICA, IRREMOVÍVEL, SE CONSAGRADA PELO CONSENSO GENERALIZADO DE UMA
COMUNIDADE..." (o grifo é nosso).
O referido projeto de lei foi rejeitado porque os parlamentares acordaram que
não se deveria impor às outras cidades históricas a grafia antiga, que poderia
não lhes agradar.
Mas acatando a sugestão do Relator Milton Trindade, no Parecer no. 261,
transcrito, a comunidade paratiense, através de seus Órgãos Públicos e
entidades locais, passou a utilizar papéis timbrados com a grafia PARATY e vem
insistindo para que todos passem a utilizar a antiga forma ortográfica.
À semelhança, porém, do que ocorre com o topônimo Bahia (cidade e estado) que é
grafado com "h" e a palavra baiano não é, assim Paraty (cidade
município) se escreve com "y", mas paratiense se escreve com
"i". Isto para se aplicar a Ortografia Brasileira vigente.
Sim, a parte histórica e cultural é
riquíssima. Mas, como vocês sabem, a gente embarca nas nossas expedições
sedentas de aventura e muita interação com a natureza, né? Então, para nós,
esse tour básico já atendeu nossas expectativas. A gente sabia que Paraty era
muito mais que apenas uma pequena cidade histórica e queríamos conferir!
No quesito montanhas, a cidade é rodeada de
Parques e Reservas Ecológicas, dentre eles: Parque Nacional da Serra da
Bocaina, a Área de Proteção Ambiental do Cairuçú, a Reserva da Joatinga e
ainda, faz limite com o Parque Estadual da Serra do Mar. Ou seja, é Mata
Atlântica por todo lado. O que a torna uma das regiões mais preservadas do
Brasil.
Super propícia à prática de esportes de aventura
e ecoturismo, em Paraty pode-se caminhar por dias a fio. Mas, infelizmente, nós
não tínhamos esse tempo todo – mesmo com a esticadinha em nossa estadia.
Então, no dia seguinte, selecionamos um dos
circuitos de cachoeiras e partimos de mochila nas costas, eu e a Alegria. Desta vez, precisamos tirar o carro do
estacionamento. Normalmente, as
cachoeiras que visitamos fazem parte da rota da maioria dos Jeeps que levam os
turistas para conhecer as cachoeiras e alambiques de Paraty. O acesso pela pista de
terra pode ser complicado para veículos sem tração, mas nós não
tivemos nenhum problema em fazer o percurso com nosso carro (uma Sandero
Stepway). Se estiver indo para Paraty pela primeira vez e quiser incluir o
roteiro das cachoeiras na sua programação, convém saber se as estradas são
compatíveis com o seu veiculo ou se não será melhor contratar um tour com
veículos 4x4.
Entrada do Villa Verde e a ponte pêncil |
Restaurante Villa Verde |
Jardim e piscinas naturais |
Meu amigo caiçara, me mostrando as águas do rio Perequê |
Passando pelo trevo de Paraty, em direção a
Cunha, cerca 6 km da pousada, do lado esquerdo da estrada, fica a entrada para
o Restaurante Villa Verde. Você verá somente uma placa com o nome do
restaurante, deverá estacionar em algum local mais apropriado (não há
estacionamento) e seguir pela ponte de madeira, atravessando por cima do rio
Perequê. Este é um lugar que merece ser incluído no seu circuito gastronômico
de Paraty. Infelizmente, não tive a chance de experimentar uma das deliciosas
massas caseiras feitas pelo chef Dario Rossera, porque estávamos apenas
começando o dia e, na verdade, nós tínhamos ido parar ali por causa das
piscinas naturais que nos indicaram. Sim, o restaurante italiano está na área
de um dos parques de Proteção Ambiental e às margens do rio Perequê. Ali, pode-se
passar o dia banhando nas águas límpidas e cristalinas das piscinas naturais e
curtindo a natureza e tomando um drink,
enquanto sua massa é preparada na cozinha totalmente aberta. Um lugar
duplamente delicioso e pet friendly.
Depois dos mergulhos nas piscinas naturais do
Villa Verde, seguimos a estrada e, alguns quilômetros depois, do lado direito, uma
igreja nos chamou a atenção: a Igreja da
Penha, construída em cima de uma grande rocha, que lhe dá um ar bem
pitoresco. Ali, há um estacionamento, onde
se paga uma taxa de R$ 10,00 (valor de
julho/2017) e pode-se usufruir da estrutura de banheiros, visitar a igreja
e ter acesso à trilha que levará à Cachoeira
do Tobogã. No local, também há um
marco da Estrada Real e um do Centro de Informações Turísticas do Caminho do
Ouro, indicando que este trecho faz parte da famosa rota turística-histórica
que reúne quatro caminhos da época do Brasil Colonial que passam pelos estados
de Minas Gerais (principalmente), Rio de Janeiro e São Paulo.
Em pouco tempo se alcança a Cachoeira do
Tobogã. Normalmente é uma das mais visitadas de Paraty, mas estava ali, todinha
para nós. Seu principal atrativo é a
grande pedra lisa por onde corre o fluxo de água, formando um grande tobogã,
onde se pode escorregar até cair em uma piscina natural. Eu preferi pular essa
parte do escorrega, mas a Alegria não dispensou uns mergulhos. Depois, seguimos
para o Poço do Tarzan, que fica logo
acima do Tobogã. A trilha que liga as duas cachoeiras é bem tranquila, sendo
preciso somente algum cuidado por conta de pedras escorregadias no caminho.
Para chegar até o Poço do Tarzan, é preciso atravessar uma pequena ponte pênsil
de madeira, por cima do rio – o que não deixa de dar mais um ar aventureiro ao
passeio. Uma bela cachoeira que desemboca num poço de profundidade variada
(alguns pontos mais rasos, outros não tanto) e, juntos, formam um ótimo local
para um mergulho restaurador. Não estava calor, mas, como eu dificilmente nego
um banho de cachoeira, resolvi nadar junto com a Alegria. Uma pedra de 10,80
metros de altura completa o cenário. Ali, ao lado, o Restaurante Poço do Tarzan serve bebidas, lanches e refeições. Mais
uma vez, demos a sorte de termos o local exclusivamente para nós.
Dali, seguimos para a cachoeira da Pedra Branca. Trata-se de uma das mais belas
cachoeiras de Paraty, localizada dentro de uma propriedade privada, onde se
paga uma taxa de R$ 5,00 para entrada e conservação do local (valor de julho/2017). Seguimos por uma
pequena trilha, limpa e sinalizada, e, em apenas dez minutos avistamos o
primeiro poço com a cachoeira principal. Conhecido como Poço da Usina, porque
ali encontram-se as ruínas da primeira usina de força da cidade.
A vista era de cair o queixo, mas, para ter
acesso ao poço, era preciso descer alguns metros por um caminho lateral à
cachoeira. Além disso, com 6 metros de profundidade, o local não inspirou muita
confiança para descermos e nadarmos, uma vez que estávamos sozinhas (gostamos
de aventura e adrenalina, mas somos conscientes). Fizemos somente uma parada
para fotos e para apreciação e seguimos uma escadinha por cima da cachoeira
(nesse trecho, é imprescindível colocar o cão na guia!), que nos levou a um
segundo poço com uma cascata mais amigável. Ficamos por lá... e ficamos,
ficamos...até bater a fome e nos darmos conta de que já estávamos ao meio da
tarde e ainda não havíamos almoçado.
Partimos da cachoeira para a praia. Eis aqui
um dos pontos encantadores de Paraty: você vai da água doce para a salgada, das
montanhas para o litoral, da cachoeira para o mar... em questão de minutos.
Caminhada na Praia do Jabaquara e paradinha para almoço |
La Luna Bistrô: comida boa, visual incrível e hospitalidade animal |
Fechando o dia com as patas na areia |
A belíssima baía de Paraty possui cerca
de 60 praias, sendo algumas com acesso por carro, outras por trilhas e
muitas com acesso apenas por barco. Próximas ao Centro Histórico, temos a Praia do Pontal (aquela que está a
apenas 200m da Pousada Pontal Gardens) e a Praia
do Jabaquara. Foi nessa segunda opção que decidimos finalizar nosso dia.
Popular entre os moradores, a Praia do Jabaquara tem acesso fácil,
mar calmo e diversos quiosques e restaurantes. Ideal para velejar, andar de
pedalinho, caiaques e SUP, atrai famílias com crianças, pois não possui ondas.
Em uma das suas extremidades, desagua o rio Jabaquara, deixando a água do mar
escura e o fundo lodoso, onde se encontra a famosa lama de propriedade
medicinal. Fizemos uma pequena caminhada pela extensa faixa de areia e
encontramos muitos outros tutores passeando com seus mascotes, tranquilamente.
Fomos até o La Luna Bistrô, onde ali mesmo, pés e patas na areia, vista
para o mar, paramos para almoçar e finalizar o nosso dia.
Ponta para zarpar: Protetor solar Pet Society, Repelente Preserva Mundi e toalha T4P |
Na manhã seguinte, estávamos
ansiosíssimas para zarpar no nosso passeio de barco. Existem
duas maneiras de fazer um passeio de barco em Paraty: A primeira é nas escunas, com capacidade para
até 150 passageiros, onde os passeios duram, em média cinco horas, com roteiros
pré-definidos, musica alta, serviço de bordo e, muito provavelmente, não
aceitarão o seu mascote. A segunda opção é contratar uma embarcação exclusiva
para você e o seu mascote e montar o seu roteiro de acordo com o que vocês irão
curtir e também com alguma avaliação sobre as frequências dos locais, para que
vocês consigam fazer paradas mais tranquilas e legais para o seu pet. Obviamente, escolhemos a
segunda opção.
Guiadas, num roteiro
exclusivo, sugerido pelo simpático marinheiro Sr Irenio, um dos poucos
barqueiros pet friendly de Paraty -
que faz parte da preciosa listinha de sugestões do pessoal da Pontal Gardens (olha
nós aqui de vips outra vez!), saímos ali do canal da
cidade em direção ao nosso dia de aventura no mar. A embarcação simples, mas
muito bem conservada e limpa, não tinha banheiro, mas dispunha de cooleer para levarmos bebidas, colete
salva-vidas e snorkel... além de
muita gentileza e simpatia do Sr Irenio.
E o melhor de tudo, estava todinha disponível para nós e seguiria rumo
às praias que escolhêssemos.
Essa parte da escolha foi um pouquinho difícil. Afinal, a baía de Paraty abriga mais de 60 ilhas paradisíacas e 90 praias irretocáveis de areias brancas e mar cor, hora azul, hora verde.
Nossa primeira parada
foi na Praia de Jurumirim. E, vou te
contar, a minha vontade era dispensar todo o resto do roteiro e passar o dia
todinho lá naqueles 2 a 3 metros de faixa de areia, rodeada por montanhas e
Mata Atlântica. E, além de nós, os únicos seres que deram as caras foram um
gatinho que dormia em baixo de uma árvore e duas tartarugas que colocaram
rapidamente a cabeça para fora d´água numa velocidade que nem me deu chance de
tirar uma foto. Não dizem que tartarugas são lentas? ahahaha Pois é, aquele
pedaço de paraíso, de águas tranquilas, pertence à família do navegador Amyr
Klink (e foi de onde ele iniciou sua viagem para a Antártica) e serve de
habitat para as tartarugas de Pente, uma espécie em extinção no mundo. Nós desembarcamos, corremos um pouco pela
areia e mergulhamos. Mas o passeio precisava continuar.
Parada para conhecer o Engenho de 500 anos |
Na próxima parada, o Sr
Irenio decidiu os mostrar um moinho de um dos primeiros engenhos de cachaça da
região. Ele não sabia explicar muito
bem a história, só sabia que tinha mais de 500 anos. Ficava numa praia, não
muito conhecida, onde paramos o barco e entramos num pequena trilha na mata...
e lá estava ele, enorme, de ferro, quase se fundindo com a vegetação que já
tomava conta, e a poucos metros do mar. Não sei como conseguiram levar aquilo
para lá há tantos anos atrás, nem como esse engenho funcionava ali. Mas a
imagem era impressionante.
Dali, seguimos para a
Ilha da Pescaria, um local digno de marajá, com cinco casas
construídas e um heliporto – segundo informações, de propriedade de Cid
Ribeiro, diretor da LG. Mas, como a maioria das ilhas pertencentes a nomes
famosos e endinheirados ali da baia, os que frequentam mesmo os locais acabam
sendo os caseiros. Pois seus donos mal aparecem por lá... Não há desembarque na
ilha. Ali, a parada é para mergulhar e nadar com os peixinhos que surgem assim
que o Sr Irenio joga farelos de biscoitos na água. A Alegria não sabia se
pulava no mar ou se roubava um biscoito da mão do Sr Irenio ahahah. Eu confesso
que fiquei um pouco receosa, pois o mar estava bastante mexido e agitado e
nadar em alto mar é algo que não me deixa exatamente confortável. Eu adoro
banho de mar, desde que meus pés alcancem a areia. Mas, normalmente, prefiro me
arrepender de ter encarado, do que amargar o arrependimento de ter deixado a
oportunidade passar. Então, coloquei o colete e o snorkel e mergulhei. A Alegria veio logo depois de mim e me dei
conta de que era a primeira vez que a minha filhota fazia um passeio e nadava
em alto mar. Estar de colete, para ela, também foi importante, pois assim ficamos
as duas mais tranquilas.
Quando fizemos o
passeio, assim como na maioria dos lugares onde paramos, só tínhamos nós, mas
durante a alta temporada os barcos chegam a fazer fila para que os visitantes
possam mergulhar com os peixinhos ali. Por isso que eu amo baixa temporada!
Pois é, a
experiência não foi das mais legais, nem para mim nem para a Alegria, por conta
da agitação do mar e logo voltamos para o barco e seguimos viagem até a Lagoa
Azul. Cercado por rochas e
mata verde, o local é uma grande piscina natural repleta de vida marinha. O tom
da água que dá nome ao lugar é tão intenso que impressiona. Desembarcamos,
nadamos, tiramos fotos e seguimos rumo a Paraty Mirim, na Praia do Cruzeiro, de
onde sai a trilha para o Pão de Açúcar. Nossa idéia era subir no pico mas,
infelizmente, quando chegamos, não havia nenhum guia para nos acompanhar e o Sr
Irenio me desencorajou ir sozinha. Deixamos para a próxima visita a Paraty.
Nossa última parada, a Praia Vermelha é uma
bela praia com areias avermelhadas, com acesso apenas por barco. Um dos pontos
de parada das escunas, pois oferece uma estrutura com restaurantes para
refeições e bares com cadeiras e mesas à beira-mar. Ali, nosso barco parou a certa
distância e um barquinho menor, do Restaurante
Bambubar, veio nos pegar para levar até a areia. Havia algumas pessoas na
praia, mas bem poucas. Alegria logo se enturmou com um cãozinho caiçara e
correram muito, brincando na areia e no mar, sem ninguém se importar. A comida
não é muito barata (o problema dos lugares muito turísticos), pode-se pagar R$
65 por um PF!! Mas come-se muito bem e os frutos do mar são fresquinhos. Sem
falar no visual que se tem enquanto se come.
E nosso dia estava chegando ao fim. Cerca de
quase 8 horas de passeio e quase não vimos o tempo passar. Na volta, nosso
gentil marinheiro ainda fez questão de parar junto a um barco pesqueiro e me
fez uma linda e deliciosa surpresa: pegou com o colega um balde cheinho de
camarões e me deu de presente!!! Vou comer camarão até a próxima visita a
Paraty, por conta do Sr Irenio.
E, no nosso terceiro dia em Paraty, muitos
eram os planos de passeios. Havíamos pensado em explorar a região de Trindade,
mas soubemos que lá, por ser uma área de proteção ambiental, não permitiam o
acesso de animais domésticos, sob risco de multa. Mas o que mais me preocupou
mesmo, foram as informações sobre a incidência de leishmaniose na região.
Abortamos o roteiro, joguei todos os planos para o alto e me deixei levar pelas
gratas oportunidades que o destino me presenteia. O Rony e o Fernando
(proprietários da Pontal Gardens) nos convidaram a conhecer um cantinho muito
especial deles e do Cash: uma casa, no alto da montanha, na praia de
Paraty-Mirim. E nós aceitamos! Passamos um dia maravilhoso, fizemos uma trilha
em meio ao manguezal e a Alegria e o Cash se divertiram horrores na praia e no
píer privativo da casa. Ao voltarmos,
almoçamos no Quiosque Cheiro de camarão, na Praia de Corumbê.
Praia de São Gonçalo: tatu ou cachorro?! |
Farofeira canina kkk |
Oieeeee! |
No dia seguinte, nosso último dia em Paraty,
mais uma vez, Rony, Fernando e Cash, nos fizeram companhia, desta vez para
conhecermos um pouquinho mais das praias “locais”. Passamos a manhã na Praia de
São Gonçalo, uma extensa praia de onde saem barcos que levam turistas para a
Ilha dos Pelados. Os cães ficaram brincando na área e nadando no mar, enquanto
nós simplesmente curtíamos o momento. E finalizamos o dia e nossa estadia com
um delicioso churrasco na casa de um dos amigos dos meninos e do Luciano,
regado a vinho, música, papo legal, cachorros exaustos e uma vista animal!!
Como não voltar a Paraty?!!
Veja o video da nossa Expedição Pet Friendly Paraty
SERVIÇOS:
POSTO ARCO –ÍRIS ROSEIRA (Pit Stop No
km 82 da Rodovia Dutra, para quem sai de SP. Tem espaço pet friendly na praça
de alimentação e banheiros que permitem a entrada dos pets)POUSADA PONTAL GARDENS
RESTAURANTE CASA COUPÊ
RESTAURANTE VILLA VERDE
LA LUNA - BISTRÔ DE PRAIA
QUIOSQUE CHEIRO DE CAMARÃO
BARQUEIRO SR IRENIO: (24) 99943-7869 - WhatsApp - falar com a filha, Tiara. Indicação da Turismo 4 Patas ganha 10% de desconto
Larissa Rios
Larissa Rios
Oi Larissa, tudo bom? Vamos para Paraty no próximo mês e vamos levar pela primeira vez o Theo, nosso bulldog francês de um aninho. Adorei suas dicas Pet Friendly. Você poderia nos dar uma dica de como entrar em contato com o barqueiro Irenio? Obrigada!
ResponderExcluirOi tudo bom? Vou para Paraty no mes que vem com meu cachorrinho e gostaria de saber mais ou menos o preço que ficaria para fazer um passeio de barco com meu cachorrinho. Como vocês indicaram com o Sr. Irineu, vocês tem o contato dele tb? Obrigada.
ResponderExcluirOlá Dione, tudo bem? Fala com a Tiara (filha do sr Irenio) através do (24) 99943-7869 - WhatsApp tbm. Indicação da Turismo 4 Patas ganha 10% de desconto ;-)
ExcluirOi! Obrigada pelas dicas. A do Sr Irenio foi maravilhosa, curtimos muito. Quanto a pousada, tbm segui a dica, reservamos e pagamos pelo booking e logo em seguida achei legal entrar em contato com eles avisando que estávamos indo, quando me responderam que não aceitam "cães de raças violentas", pq tenho um Bull Terrier de 2 anos, que é 100% bonzinho e sociável e inclusive frequenta creche 3x por semana com diversos outros cães, de diferentes portes, raças e personalidades (característica que fiz questão de deixar bem claro), mas me fizeram cancelar a reserva e tivemos que procurar outro lugar para nos hospedar. Navegando pelo instagram da pousada, vi que eles já receberam uma Bull Terrier no final de 2018 (ou seja, recentemente) e fiz o questionamento pq se recusaram a receber o Panda. Resultado: além da atitude preconceituosa e arbitrária por parte da pousada, sequer se deram ao trabalho de responder ao meu questionamento e me bloquearam do instagram. Estou relatando isso porque acho que pode ser útil pros tutores de mastim, staff, pitbull, bull terrier, especialmente, mas também para todos os tutores que não compactuam com a propagação do preconceito contra raça. Abraços!!
ResponderExcluirOlá Tudo bem? Obrigada por seguir e confiar em nossas dicas e também pelo seu feedback. Compreendo sua frustração ao não poder seguir com a hospedagem e pela restrição ao seu mascote... entendo mesmo, de verdade. Mas, como trabalho nesse mercado e ouço os dois lados, também sei da dificuldade do setor hoteleiro em lidar e harmonizar todos os seus públicos. Por isso, algumas regras são estabelecidas e cada estabelecimento tem o direito e definir suas próprias regras de acordo com o perfil do seu publico. Muitas vezes não se trata de preconceito, mas de impossibilidade. De qualquer forma, fico feliz que tenham encontrado outra opção que os acolheu e que tenham se divertido com o SR Irenio e curtido esse paraíso que é Paraty <3 BJsss
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